Estratégia de mudança

CAMPAPANHA PELA EMOÇÃO , FOI EM DISPARADA DO CAIS AO SERTÃO – FRC

Por Magno Martins

Falando ao Frente a Frente, na semana passada, um dia após a pesquisa do Ibope apontar um crescimento de 18 pontos percentuais na candidatura de Paulo Câmara, Armando Monteiro (PTB), candidato da oposição, disse que não mudaria a estratégia da sua campanha. Segundo ele, a reação do adversário, que vinha pontuando entre 8% e 11%, já era previsível devido ao estado de comoção vivido no Estado pela morte trágica de Eduardo.

Este sentimento, no seu entender, estaria chegando ao fim com o passar do tempo e tudo voltaria ao normal. Mas não é o que mostrou uma nova pesquisa, a do Instituto Maurício de Nassau, publicada ontem no JC.

Revelou que o golpe da perda do líder socialista, em plena campanha ao Palácio do Planalto, foi muito mais profundo do que se imagina e que tende a perdurar por muito mais tempo, provavelmente ao longo de toda a campanha. Por isso mesmo, chegou a hora de Armando rever conceitos e estratégias.

Até o acidente que tirou a vida de Eduardo o curso da campanha estava irretocável, tudo vinha dando certo, mesmo diante de adversidades que pareciam instransponíveis, como a fragilidade do seu palanque e o tempo bem menor na propaganda no rádio e na televisão. Por onde seriam feitas as mudanças?

No meu entender, pelo guia eleitoral, que não está passando emoção, diferente do de Câmara. E não é por falta de imagens, mas de criatividade. Lula está vindo a Pernambuco na próxima quinta-feira e com ele a oportunidade de Armando fazer boas e emocionantes cenas para o guia. Lula e Eduardo, mesmo morto, fazem o diferencial na campanha em Pernambuco.

É preciso, entretanto, que Armando reveja urgente a sua estratégia, porque do contrário a tendência é que, sem um fato novo para se contrapor, seja ultrapassado nas próximas pesquisas de intenção de voto. Ainda há tempo de segurar a sangria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *