O poema das eleições

Carlos Chagas

 É fácil entender o que está acontecendo na campanha eleitoral. O PMDB apoia Dilma, dá a ela seu tempo de TV, mas o mesmo PMDB apoia Aécio e dá a ele seus principais diretórios estaduais. O PSD apoia Dilma e dá a ela seu tempo de TV, mas apoia também o peemedebista Skaf em São Paulo, continua ligado a José Serra e a quem mais aparecer procurando apoio e tendo algo (de interesse público, claro) a oferecer em troca.

O PSB, que se apresenta como alternativa a PT e PSDB, apoia o PT no Rio e o PSDB em São Paulo, tem candidato próprio em Minas mas quem o apoia é só uma ala do partido, que a outra, a de Marina, não se mistura.

O PP é Dilma, mas não no Rio nem no Rio Grande do Sul, onde é Aécio. Dilma, que carrega consigo Collor, Maluf e Sarney, ataca a oposição por representar o passado. A turma tucana do cartel do Metrô e dos trens metropolitanos critica o PT pelo Mensalão e pela ladroeira em geral. Eduardo achou que, aliando-se a Marina, ganharia os votos dela; Marina achou que, aliando-se a Eduardo, se beneficiaria de sua famosa habilidade política. Pois juntou-se a votação de Eduardo com a habilidade política de Marina e deu no que não deu.

Como diria o poeta, Dilma amava Collor que amava o PTB que ama Aécio que ama até o Zé Serra, desde que lhe traga votos.

Eduardo Campos amou Marina que só ama o verde mas não amou apoiá-lo só pelo verde de seus olhos.

Marina e Eduardo amavam Lula mas não amam Dilma que ama o Valdemar Costa Neto, ama Kassab, que a todos ama, e todos amam Lula que só ama a si mesmo.

A raiz de tudo

A nota acima é inspirada num poema de Drummond, chamado Quadrilha.

Acredite: é homenagem

Sexta-feira, dia 27, no comecinho da campanha eleitoral, com base na Lei 12.390, de 3 março de 2011, celebrou-se o Dia Nacional do Quadrilheiro.

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