Eduardo salva a lavoura

    Por Magno Martins

A morna e desanimada convenção do PSB, sábado passado, em Brasília, realizada três horas antes do jogo do Brasil contra o Chile, foi salva pelo discurso do candidato do partido ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos.

Enquanto Marina se perdeu, sem conseguir passar a emoção da sua fala em Recife, na convenção de Paulo Câmara, Eduardo mostrou segurança em cima de um pronunciamento duro, onde não faltaram ataques indiretos a Dilma e Aécio.

“Vamos acabar com a política rasteira do medo, da difamação, de que, no nosso governo, vamos acabar com Bolsa Família. Vamos acabar é com a corrupção, com o fisiologismo, com o patrimonialismo. Nosso governo vai manter estabilidade da moeda, o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida”, disse o candidato do PSB.

Repetindo estratégia que adotou nos últimos meses, Eduardo disparou uma série de críticas à política econômica do governo Dilma. Sob os olhares de militantes e dirigentes do PSB, afirmou que o País vive uma queda na produção industrial e um aumento progressivo da inflação.

Prometeu que, se eleito, irá colocar a inflação no centro da meta e vai acelerar o crescimento da economia. “Vamos inverter a equação. Vamos retomar o crescimento sustentável da economia. Vamos botar a inflação para baixo e o crescimento para cima. Vamos fazer isso retomando a confiança do Brasil no Brasil e a confiança do mundo no Brasil”, declarou.

Além disso, o candidato do PSB prometeu, publicamente, que, se vencer a eleição de outubro, fará a reforma tributária no primeiro ano de governo. Também disse que não aumentará impostos ao longo de um eventual mandato à frente do Palácio do Planalto.

Aproveitando a crise na Petrobras, que motivou a criação de duas CPIs no Congresso Nacional, o ex-governador afirmou que “salvará” a estatal do petróleo e acabará com o que classificou de “crise energética”. De olho nas queixas constantes de prefeitos e governadores, prometeu “consertar a quebradeira” que, de acordo com ele, “Dilma levou ao pacto federativo brasileiro”.

“Os municípios estão de joelho, mendigando favores”, observou. Aliado a quatro legendas na corrida pelo Planalto, Eduardo afirmou que não aceitará partidos “sanguessuga” ao seu lado. Sem mencionar diretamente o governo Dilma, o candidato do PSB criticou a troca no comando do Ministério dos Transportes para garantir o apoio do PR na eleição de outubro.

“Vamos articular uma governabilidade ficha limpa. Vamos unir as melhores pessoas e partidos que estejam dispostos a somar honestamente forças pelo Brasil. Precisamos e vamos romper a velha política, reforçada nos últimos dias pela dança de ministérios”, prometeu.

“Conosco vai acabar essa história de suga-suga. Tem gente que acha isso bonito. Isso é inaceitável. O povo trabalhador é cumpridor de deveres exige respeito. Vamos desgrudar esses sanguessugas dos cofres públicos”.

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