Solidariedade: um bem de consumo

      por  Suenen Chaves

O mundo muda o tempo todo. Estamos sem tempo, pouco tempo? O que está ocorrendo? É muito contratempo, inconstâncias e adiamentos. O ser humano está sempre em busca de novas justificativas para seus comportamentos ou desajustes de caráter. A rapidez e transformações das ideias, fazem com que muitas vezes esqueçamos a importância do próximo. Centralizando o individualismo e buscando cada vez mais a satisfação em nutrir nossas próprias satisfações e interesses. A identidade humana necessita da aprovação e o reconhecimento constantes do outro, esse olhar tem um direcionamento materialista, voltado principalmente pela acumulação de bens de consumo e estratégias de status. É natural perceber que, toda essa exacerbação e exagero de consumo inconscientes, resultam na fragilidade e imaturidade do ser humano. Focalizando a importância aos produtos, ao efêmero, ao limitado. Quando mudamos nossa orientação e voltamos a atenção ao outro, nossa amplitude e percepção humana ganham significado. Visualizamos diferentes indivíduos, com diferentes necessidades, particularidades incríveis, expressões e capacidades únicas. Deslocamos o prazer momentâneo atribuído a acumulação desenfreada para a satisfação permanente através do solidarizar. Por causa de todo esse movimento da vida, se faz necessário saber aquilo que repercute resultados e transformações de vidas por outras vidas. Discutir e envolver-se para além daquilo que compreende a formação do ser humano, toda essa significação deve ser habitual e valorizada desde a tenra infância. É preciso integrar-se ao outro, entendê-lo, potencializar e equilibrar as capacidades mentais, sociais e espirituais afim de utilizá-las da melhor forma possível. Podemos conduzir melhorias a qualquer instante, a qualquer pessoa, de qualquer forma. O que nos impulsiona o querer transformar o impossível para umas pessoas em realidade presente, é o querer ver alguém feliz. Ver alguém realizar-se independente se aquilo for algo grande ou pequeno, fácil ou difícil. O ajudar, o querer bem, o solidarizar, nos faz aproximar da natureza e pureza do ser humano. Nos permite enxergar o quão belo nós somos, e quanta capacidade temos em modificar a vida de alguém, através dessas ações nobres nos enriquecemos como humanos. É um contentamento interminável. Viver significa conhecer o outro e se conhecer, significa salvar vidas, reconhecer-se no outro, construir um novo mundo, mais solidário, capaz e digno. Significa despertar e desenvolver a sensibilidade humana, a percepção, conhecer e desenvolver as emoções que estão fechadas, pelas incertezas da vida; educar para desfrutar a alegria de viver e descobrir as belezas do viver e aprender viver; descobrir parte do outro e, nessa relação, construir-se humano. Suenen Chaves

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