Confronto entre cristãos e muçulmanos deixa quatro mortos no Egito

  • Depois de funeral, coptas saíram às ruas incendiando carros e vizinhança respondeu com pedras; 17 pessoas ficaram feridas

 

Cristãos tentam tirar suas roupas em chamas depois de terem sido atacados por indivíduos não identificados fora da catedral, no Cairo Foto: MOHAMMED AL-SHAHED / AFP
Cristãos tentam tirar suas roupas em chamas depois de terem sido atacados por indivíduos não identificados fora da catedral, no Cairo MOHAMMED AL-SHAHED / AFP

Cristãos coptas e muçulmanos entraram em confronto neste domingo no centro do Cairo, no Egito, após o funeral de quatro coptas mortos na sexta-feira à noite, disse uma testemunha. A agência de notícias estatal Mena afirmou que 17 pessoas ficaram feridas depois de um funeral na catedral ortodoxa copta da cidade. A televisão pública exibiu imagens da polícia disparando gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

Em um dos piores ataques de violência em meses, quatro cristãos e um muçulmano foram mortos na sexta-feira em El Khusus, ao norte do Cairo, quando membros das duas comunidades começaram a atirar. Novos conflitos aconteceram no domingo, quando centenas de coptas furiosos que participavam do funeral na Catedral de São Marcos espalharam-se pelas ruas da capital, gritando “com o nosso sangue e alma nós vamos nos sacrificar para a cruz”.

Depois de uma missa emocional, com parentes das vítimas, jovens cristãos passaram a atirar pedras nos policiais, disse uma testemunha. Os manifestantes amassaram seis carros privados e incediaram dois, provocando uma reação nervosa dos muçulmanos que moram nas redondezas, que responderam com pedras.

Confrontos desse tipo têm aumentado desde a queda de Hosni Mubarak em 2011, que afrouxou as rédeas para os muçulmanos linha-dura reprimidos sob seu domínio. O presidente Mohamed Mursi, líder da Irmandade Muçulmana eleito em junho, prometeu proteger os direitos dos coptas, que representam aproximadamente 10% da população do Egito. Os cristãos reclamam de ataques a igrejas por radiciais islâmicos, incidentes que têm aguçado as queixas antigas de marginalização.

reuters

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *