Bernardo Mello Franco
O Globo
A posse de Ernesto Araújo foi o samba do diplomata doido. Em discurso, o novo chanceler misturou referências a Renato Russo, Tarcísio Meira, Raul Seixas e um seguidor anônimo no Twitter. Recitou um trecho da Bíblia em grego e uma versão de Ave Maria em tupi.
Diante de olhares espantados, exaltou o ideólogo Olavo de Carvalho e mandou os funcionários do Ministério das Relações Exteriores lerem “menos New York Times e mais José de Alencar”. Repetiu a cantilena contra o “globalismo”, avisou que “não tem medo de sofrer” e prometeu “libertar a política externa e o Itamaraty”.
Num governo que terá a pastora Damares Alves como ministra, o novo chanceler consegue chamar a atenção pelo exotismo. Uma façanha.