Equipe de arqueólogos acredita que o navio estava retornando da Índia, quando afundou, entre 1575 e 1625, época do auge do comércio de especiarias de Portugal com a Ásia
O feito é considerado a “descoberta da década” em Portugal e foi alcançado graças a um projeto arqueológico de dez anos, apoiado pela cidade de Cascais, pelo governo e pela marinha portuguesa, bem como pela Universidade Nova em Lisboa.
A equipe de arqueólogos acredita que o navio estava retornando da Índia, quando afundou, entre 1575 e 1625, época do auge do comércio de especiarias de Portugal com a Ásia. Foram encontradas especiarias, canhões e cerâmicas com o brasão português gravados.
Nos destroços, também foram encontrados fragmentos de porcelana chinesa do final do século 16, assim como pedaços de artilharia de bronze e conchas usadas como moeda de tráfico de escravos.
Valor patrimonial
Em entrevista ao jornal britânico Guardian, à rede CNN e à agência de notícias Reuters, Jorge Freire, diretor do projeto, afirmou que a descoberta é importante porque “diz muito sobre a história e identidade marítima de Cascais”, relatando que é o achado “mais importante de todos os tempos”. Freire afirmou ainda que os destroços do navio estavam bem conservados e que os objetos encontrados têm grande valor patrimonial.
“O reconhecimento da comunidade científica de que é a descoberta da década, do século, em termos de arqueologia marinha, é para nós uma grande satisfação”, afirmou o prefeito de Cascais, Carlos Carreiras.
O prefeito de Cascais afirmou que, embora o cargueiro ainda não tenha sido identificado, pode ser significativo para a cidade. “É uma descoberta extraordinária, que nos permite conhecer mais sobre nossa história, reforçando nossa identidade coletiva e valores compartilhados. Isso, por sua vez, certamente nos tornará mais atraentes e competitivos”, disse Carreiras.