Hamilton Ferrari
Correio Braziliense
Com indicadores recentes mostram desapontamento crescente com os indicadores da atividade econômica, deixando absolutamente transparente que a recuperação do emprego em termos efetivos é modestíssima, as contas públicas estão cada vez mais deterioradas. Por conta dos deficits consecutivos, a dívida bruta pública está aumentando e, segundo analistas, não deve parar de subir até 2021 ou 2022. Os mais otimistas acreditam que o endividamento pode chegar a 85% do PIB neste ano, enquanto outros contabilizam que passará de 100% até 2021.
O Palácio do Planalto começou um trabalho intenso para conseguir cumprir em 2018 a chamada regra de ouro, legislação que impede o governo federal de emitir dívidas para pagar despesas correntes, como salários de servidores e aposentadoria. Serão necessários mais de R$ 203 bilhões neste ano para o Executivo não desrespeitar a norma.
BUSCA DE RECURSOS – A equipe econômica está se debruçando para encontrar recursos que ajudem no trabalho. O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, e o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, agendam reuniões com os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) para conseguir o aval a fim de mexerem na verba do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). A iniciativa pode render R$ 10,5 bilhões ao caixa federal.
Com indicadores demonstrando resultados ainda cambaleantes e cenário fiscal drástico, aliados às incertezas quanto a agenda de reformas para 2019, o mercado põe um pé atrás e questiona o crescimento econômico. O Banco Central espera expansão de 2,6% no PIB de 2018, enquanto o Ministério da Fazenda trabalha com alta de 3%.