Carlos Chagas
São necessários os votos de 54 senadores para o afastamento definitivo de Dilma Rousseff da presidência da República. De uns dias para cá, a opinião publicada dá como provável que 61 se posicionarão contra Madame. Mas se não for assim?
Caso as previsões da mídia não se confirmarem, se 53 senadores se pronunciarem pelo impeachment, acontecerá o quê?
Nada. A presidente se dirigirá ao palácio do Planalto na manhã seguinte à votação, uma sexta-feira. Lá não encontrará Michel Temer. Nem qualquer ministro. Talvez os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal. Desnecessária se tornará qualquer cerimônia de posse. A sede do governo estará cheia de funcionários de segundo escalão, além de militares. Possivelmente pequena multidão de populares, na Praça dos Três Poderes.
Sonho de poucos, pesadelo de muitos, mas ninguém se espante com a hipótese de apenas no fim de semana vier a ser escolhido e anunciado o novo ministério. Um pronunciamento se fará urgente por parte da recém-empossada sem posse, claro que na presença de montes de sabujos, candidatos a ministro. Até alguns governadores.
Um discurso eivado de promessas de estar sendo iniciado um novo ciclo, a ansiada reconstrução política em outros termos.
É bom acordar. Jamais votarão pelo impeachment apenas 53 senadores. Ainda bem…