Zeca Camargo: texto ofendeu muita gente
“… tão famoso e tão desconhecido…”
O adjetivo “desconhecido”, derivado pelo prefixo des-, significa ignorado, que não é conhecido, pessoa sem credenciais.
Em outra passagem do texto de Camargo, há o seguinte registro para os cidadãos que ao velório do cantor foram:
“Fãs e pessoas que não faziam ideia de quem era Cristiano Araújo.”
Semanticamente, não fazer ideia é, novamente, desconhecer e, mesmo assim, aparecer no local da despedida. Será que, na terra natal do sertanejo, isso mesmo ocorreu?
Ao fim do texto, Zeca ainda – em referência ao personagem de seu texto – usa analogias com “qualquer” e “nada” (palavras morfologicamente classificadas como pronomes indefinidos, de indefinição, relativas ao que é vago).
“Um texto não pode ser visto apenas por palavras soltas! É importante visualizar o contexto!” – dirão alguns críticos. Contexto, de acordo com o próprio Aurélio, remete a aquilo que constitui o texto no seu todo; composição e – também – o ambiente.
Questiono: o atual ambiente fúnebre é propício a uma crítica com tantos pronomes indefinidos e prefixos negativos?
Por isso, diante da morte, muitos simplesmente se calam.
fonte:exame/Editado por Camila Pati