“Se vazou, paciência”, diz Renan sobre relatório da CPI

 

O relator da CPI da Covid-19 no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), minimizou o vazamento de partes do relatório da comissão e afirmou que o processo é “natural”, já que partes do relatório já estavam prontas há 4 meses. “Se vazou, paciência”, afirmou Renan em entrevista à GloboNews, hoje.

“Vamos aproveitar a circunstância, fazer desse limão uma limonada e construir uma convergência”. O senador também afirmou que até o momento não recebeu “concretamente” nenhuma divergência ao relatório que entregou. Disse ainda que concordou com o adiamento da leitura do relatório para haver tempo de discussão.

“Processo político é assim mesmo, coletivo. A gente tem que conversar, e conversar muito, para que o desfecho seja compatível com tudo que se apurou”, afirmou.

Renan também afirmou que não sente uma “temperatura” sobre o tema. Para ele, ainda haverá diálogos e um meio-termo será encontrado entre os congressistas.

“O relatório não será de ninguém individualmente, nem do relator, nem do presidente, nem do vice-presidente. O relatório terá que ser produto do que pensa a maioria. É a maioria que ao final e ao cabo vai decidir e a minha disposição é total”, disse.

Renan defendeu ainda a tipificação de genocídio contra indígenas por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Disse ainda que se a maioria do G7, grupo majoritário no colegiado, tivesse indicado ser contra, ele não teria colocado o crime no texto. Agora, segundo o senador, se a maioria decidir será tirado. O G7 recebeu o relatório ontem.

“Eu não vou retirar nada. Quem pode retirar é a maioria”, disse o senador. “Se a maioria entender: ‘não isso aqui não existe’, sem problema nenhum. Mas a maioria, não será ninguém individualmente que irá retirar ou colocar. Nem mesmo o relator”, alegou.

Renan também afirmou que a investigação parlamentar foi política, mas o relatório tem um “embasamento 100% jurídico”. Afirmou ainda que é preciso “dar respostas objetivas” e que seu texto não tem pretensões eleitorais, já que ele não é candidato e ainda tem 5 anos de mandato. “Depois de tudo comprovado, não vamos responsabilizá-lo?”, concluiu.