Carlos Newton
Neste final de ano, as maiores expectativas sobre a sucessão presidencial de 2022 voltam-se para o ex-juiz Sérgio Moro, com a crescente possibilidade de sua candidatura. Em Brasília, não se fala em outra coisa e os jornalistas aguardam uma decisão para o início de novembro.
Essa informação foi dada há alguns dias pela presidente de Podemos, a deputada paulista Renata Abreu. Ao mesmo tempo, a direção do novo partido União Brasil, fruto da fusão de DEM e PSL, anunciou que também pretende disputar o passe de Moro, que assim começaria a formar a primeira coalizão para a disputa de 2022.
CRESCE A BOATARIA – As especulações não param. No site Poder360, os repórteres Guilherme Waltenberg e Nicholas Shores explicam que a decisão de Moro será a partir do próximo dia 31.
Após essa data, se quiser ser candidato, ele pode se desligar do escritório multinacional Alvarez e Marsal sem pagar multa rescisória do contrato.
Os jornalistas, citando fontes do Podemos, dizem que na mais recente viagem que fez ao Brasil, na última semana de setembro, Moro teria feito “contatos animadores” em Brasília, São Paulo e Curitiba. Mas pediu tempo para dar uma resposta em caráter definitivo.
MAIS ESPECUALAÇÃO – Na Veja, a coluna Radar, de Robson Bonin, anuncia que começou a correr no meio político, em Brasília, uma teoria sobre a possível candidatura de Sergio Moro ao Planalto tendo Alvaro Dias como vice. Mas o senador do Paraná, segundo aliados, trata a conversa como diversionismo.
Diz o colunista: “Se Moro for mesmo candidato, algo visto com desconfiança até mesmo dentro do Podemos, será para formar chapa com outro nome forte da terceira via, daí as conversas com João Doria e Mandetta. Dias tende a disputar o Senado novamente”.
Robson Bonin lembra também que Moro tem uma vida estruturada como consultor privado nos Estados Unidos e precisa decidir se vai mesmo abandonar essa tranquilidade para mergulhar na guerra que será a disputa contra bolsonaristas e petistas em 2022.
META DE CAMPANHA – No site O Antagonista, o jornalista Diogo Mainardi também analisa a situação de Moro e diz que a candidatura da Terceira Via precisa oferecer ao eleitorado um plano concreto para o presente e um sonho verossímil para o futuro.
“O sonho que Sergio Moro pode a oferecer não é a prisão dos corruptos, que tem um alcance limitado. Ele pode oferecer um sonho muito maior: a Justiça, em sentido amplo, que envolve o combate à pobreza, o acesso à educação de qualidade, a defesa do ambiente, o livre-mercado, a luta contra os privilégios, a segurança pública, o direito à saúde. Num país atrasado e injusto como o Brasil, o sonho – o grande sonho – é a justiça”, destaca Mainardi.