Por FRANCISCO DACAL – Escritor e administrador de empresas

    Em determinadas épocas e circunstâncias, intelectuais expressaram pensamentos úteis à sociedade que, apesar do tempo, permanecem atuais. Se considerarmos o caos político em que vivemos, eles podem ajudar a refletir, cada pelo seu ponto de vista: 

     A RAZÃO ACIMA DE TUDO 

     René Descartes, no Discurso sobre o Método, fez a seguinte definição: “O bom senso é o poder de bem julgar e a capacidade de discernir entre o verdadeiro e o falso”. Princípio fundamental à sistemática da razão. Insuperável. Um conceito que sempre frustrará os pseudos líderes e os fabricantes de crises e notícias falsas. A verdade sempre prevalecerá, mesmo em tempos sombrios.

    PONDERAR É NECESSÁRIO

    Nicolau Maquiavel, no O Príncipe, disse: “As pessoas julgam mais pelos olhos do que pelas mãos, porque a todos é dado ver, poucos são capazes de sentir”. Uma chamada à ponderação acerca dos fatos corrente. Notadamente aos extremos, com suas famigeradas ideologias. 

    A PRUDÊCIA ACIMA DE TODOS 

    Baltasar Gracián, no A Arte da Prudência, afirmou que: “Para o infortúnio enviado pelo céu, paciência, e para o terreno, prudência”. Não tem como não ser sério em encarar certos fenômenos, como este que agora aflige todos os países e habitantes do planeta Terra, o Covid-19. De modo simultâneo, em que lugar for, sempre haverá a necessidade de exercitar tanto a paciência como a prudência, elas são essenciais para conter bravatas, atropelos e sandices.

    PENSAR CONSIGO

    Sêneca, observando a natureza humana, assinalou que: “Não há maior domínio que o de si mesmo”. Só com uma boa consciência do domínio que tenha sobre sua própria pessoa, ela é capaz de superar grandes adversidades c controlar as emoções, principalmente a do medo. 

    NOVAS CIRCUSTÂNCIAS PARA ENCARAR 

    Ortega y Gasset, no livro Meditações do Quixote, lançou um intrigante enunciado: “Eu sou eu e minha circunstância, e se não salvo a ela, não me salvo a mim”. Em síntese, na vida não existe nada alheio, dependemos de tudo que está a nossa volta, do habitat e da união. O âmbito das decisões, em função das circunstâncias, que se tem de tomar, dia a dia, é enorme, constante, em todos os sentidos, e sem elas, as decisões, não sobreviveremos. O momento atual colocou o Mundo em transformação, e isto vai exigir uma nova compreensão dele por parte de todos nós. Na verdade, já decrescemos em autonomia. Fomos lançados para novos desafios. As novas circunstâncias pedem novas lutas e novas decisões para salvar o eu.