GeovaniGSo
Vida Destra
Se a economia já patinava, agora, com a crise do coronavírus, que obrigou o fechamento do comércio e a queda abrupta do consumo, o país dá adeus à previsão de crescimento da economia. Os empregos, que estavam começando a voltar, devem desaparecer.
O presidente propôs uma suspensão temporária dos contratos de trabalho. Mas as “pessoas corretas” deste país não quiseram, xingaram muito. Então, não vai ter. Em cerca de três meses, o mercado de trabalho terá despencado. Sim, isso quer dizer menos dinheiro para todos!
ALTRUÍSMO E AVAREZA – E quando falta dinheiro duas realidades opostas prosperam concomitantemente: O altruísmo de uns e a avareza de outros.
Os primeiros, não por estarem em situação confortável ou por não sofrerem das mesmas dificuldades, costumam tirar do pouco que possuem para aos que tem menos do que eles, ou que nada têm! É o conhecido “ninguém é tão pobre que não possa doar” colocado em prática.
Do outro lado, você tem os mesquinhos e avarentos desesperados para continuarem o ingrato trabalho de encher o saco da ganância (ainda que ele jamais se encha)!
Contudo, algumas pessoas têm pretendido uma atitude estranha ao seu costume usual e surpreendido com a improvável (impossível?) transição entre essas realidades: políticos estão sugerindo agora o adiamento das eleições e o uso da verba eleitoral no combate à crise da saúde! Isso é tão surreal!
É BOM DUVIDAR – Estariam os nossos políticos, sempre presentes na lista dos mais corruptos do mundo, sendo altruístas agora? Duvido!
É fácil fazer caridade com o chapéu alheio. Eles não estariam abrindo mão de nada que lhes pertença. Não estariam fazendo nenhum sacrifício. Estariam apenas deixando de arrancar do erário um valor altíssimo que é importante para o povo nesse momento.
Além disso, estariam alongando os mandatos municipais. Ou os cargos ficariam vagos entre o período que compreende o fim do atual mandato e a posse dos eleitos tardiamente? Claro que não.
OUTRA QUESTÃO – Talvez a questão que mais pese nessa bondade fingida é que há uma pressão muito grande para que o fundo eleitoral (ou parte dele) seja destinado ao combate da pandemia.
Logo, não é difícil supor que, na iminência de qualquer redução do valor do fundo eleitoral, os políticos, birrentos e gananciosos que são, prefiram o adiamento do pleito, contando com a recuperação econômica futura e uma verba ainda maior no ano seguinte.
Políticos brasileiros são como aquela criança mimada e egoísta que, se a mãe ousar pegar uma provinha do sorvete que lhe deu, arremessa todo o resto ao chão! Nossos políticos estão muito presos ao fundo. Ao fundo do poço moral.