Esquema de corrupção teria desviado cerca de R$ 1,6 bilhão dos cofres públicos
O relatório final da Operação Prato Feito, realizada pela Polícia Federal em todo o estado de São Paulo, foi divulgado nesta quinta-feira (2) pelo jornal Folha de São Paulo. Segundo a publicação, entre os resultados encontrados pela PF estão a existência de truques, que eram usados pelo grupo criminoso para desviar o dinheiro dos alimentos. Entre os exemplos de “maquiagens” utilizadas estavam a substituição da carne por ovo, da proteína por pipoca, além do uso de mais arroz do que o previsto.
A ação foi iniciada em 2018 e resultou no indiciamento de 154 pessoas suspeitas de participar do esquema criminoso que desviava recursos da merenda escolar. A investigação aponta que, no total, cerca de R$ 1,6 bilhão foram retirados dos cofres públicos. Pelo menos 13 prefeitos se envolveram nos atos de corrupção, quatro deles foram cassados e outros presos. Segundo o relatório da PF, os bens obtidos através do dinheiro desviado deverão ser revertidos para a polícia.
Ainda segundo a polícia, existiam cinco núcleos de empresários que burlavam licitações, pagavam propina e chegavam até a influenciar nas eleições locais. No rol dos líderes do esquema foram elencados os nomes de Valdomiro Coan, Carlos Zeli Carvalho, Fábio Favaretto, Simon Bolivar Bueno e Wilson da Silva Filho. Os cinco teriam usado um grande número de empresas para cometer as irregularidades. Em algumas, eles apareciam como sócios, já em outras, constavam em nome de parentes.
As empresas do grupo não forneciam apenas merenda, mas diversos itens educacionais como material escolar, uniformes e serviços de limpeza. Os empresários também foram acusados de usar lobistas para comprar políticos que concediam contratos superfaturados para o grupo de gestores.