Ana Paula Bimbati e Lucas Borges Teixeira
Do UOL

No seu primeiro discurso de campanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que “se tem alguém que é possuído pelo demônio é esse Bolsonaro”. A declaração acontece em resposta a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que disse recente que o Planalto já foi “consagrado a demônios”.

“Um presidente que mente sete vezes ao dia, um presidente que mente para os evangélicos todo santo dia. […] Ele está tentando manipular, ele, na verdade, é um fariseu. Está tentando manipular a boa fé de homens e mulheres evangélicos”, disse Lula durante primeiro discurso de campanha, em São Bernardo do Campo.

MARCHA PARA JESUS – O ex-presidente disse ainda que foi seu governo que “garantiu” a criação do Dia da Marcha para Jesus. Lula, em 2009, sancionou o projeto que criava a data no país.

O petista fez um discurso mirando eleitores evangélicos e chamou Bolsonaro também de “fariseu”, “fajuto” e “genocida”. O aceno ao público evangélico acontece em um momento que a campanha de Bolsonaro usa a imagem de Michelle para chegar nesse eleitorado.

Os dois últimos discursos da primeira-dama, por exemplo, ganharam reações positivas desse grupo de eleitores. Na última pesquisa Datafolha, encomendada pelo jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro aparecia com 43% das intenções de voto entre os evangélicos. Lula recebeu 33%.

DISSE LULA – “[Um presidente] que vem contando mentira sobre Lula, sobre a mulher de lula, sobre vocês, sore índio, sobre quilombola. Quero que ele ouça minhas palavras: não haverá mentiras, nem fake news”, prometeu o ex-presidente.

Recentemente, Michelle compartilhou nas redes sociais uma publicação que afirma que Lula “entregou sua alma para vencer essa eleição”.

Ao compartilhar em seu perfil, a primeira-dama ainda escreveu: “Isso pode, né! Eu falar de Deus, não!”. No vídeo, Lula está em um encontro com lideranças de religiões de matriz africana.

AGRADECIMENTO – Lula também usou grande parte do discurso para falar com os metalúrgicos. Em um dos momentos, ele agradeceu ao público, lembrando suas origens sindicais. E afirmou que, por esse motivo, decidiu fazer o primeiro ato em campanha com trabalhadores de fábricas da região do ABC paulista.

“Foi aqui que tudo aconteceu na minha vida. Foi aqui que eu aprendia a ser gente, que eu adquiri consciência política e foi por causa de vocês que eu acho que fui um bom presidente da República”, afirmou.