‘O erro mortal do PSDB foi cometido pelo Aécio Neves. País paga até hoje pela irresponsabilidade dele’, diz Haddad

Ex-ministro e pré-candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em entrevista ao Metrópoles, afirmou que os governos paulistas do PSDB não criavam aberturas para negociar com os progressistas.

Mesmo tendo sido um dos articuladores para a aliança entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) – ambos formaram uma chapa para concorrer à Presidência da República -, Haddad diz não ter receio em fazer críticas aos mandatos de Alckmin.

“Eu acho que o PSDB deveria ter ouvido mais o PT, como eu ouvi o PSDB quando era ministro da Educação. O PT tem uma outra maneira de abordar. Se tivesse uma mesa onde o PT tivesse voz, muitos dos projetos daqui de São Paulo teriam sido aperfeiçoados. Muitos. E eu tenho uma relação pessoal com o Alckmin, todo mundo sabe disso, mas eu não tenho nenhum problema em dizer o que eu vou fazer diferente”, declarou..

O petista ainda afirmou que “o maior erro do PSDB foi cometido pelo Aécio Neves. Quando ele não aceita o resultado eleitoral [em 2014] e se alia ao Eduardo Cunha e depois ao [ex-presidente Michel] Temer para desestabilizar o governo Dilma [Rousseff] ele comete um erro, primeiro, contra a democracia, porque não é assim que se faz; em segundo lugar, um impeachment sem os pressupostos constitucionais, que é apontar o crime de responsabilidade que foi cometido, que até hoje não se sabe qual foi. Aquele foi o erro mortal do PSDB”. Segundo Haddad, “O país paga até hoje pela irresponsabilidade do Aécio“.

Perguntado sobre a posição do ex-governador Márcio França (PSB) de não abandonar a disputa ao governo paulista em nome de uma aliança, Haddad afirmou que já está conformado com a decisão de França e que não considera um “pacto de não agressão”. “Somos pessoas civilizadas”, destacou.