Pastor é preso por denúncia de estelionato sexual

Do G1 PE

Preso por fraude sexual contra adolescentes, o pastor evangélico que também atuava como professor é acusado de estupro de vulnerável. Uma das queixas partiu de uma vítima que estudou em um cursinho mantido pelo homem quando tinha entre 9 e 11 anos. “Ele criava gincanas ou dizia que tinha um aparelho para medir o QI e mandava elas tirarem a roupa”, disse a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelas investigações.

O homem, de 36 anos, foi preso na quinta (7), em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Equipes da delegacia cumpriram o mandado de prisão expedido pela 3ª Comarca do mesmo município.

O homem mantinha na casa onde morava, na UR-6, um curso de português e matemática. No mesmo imóvel, fundou a Igreja Assembleia de Deus Dose da Esperança, onde os crimes eram praticados.

Ao menos nove vítimas prestaram queixa. A maioria tinha a partir de 12 anos.

Em entrevista coletiva, nesta sexta (8), a delegada Vilaneida Aguiar afirmou que as meninas relataram ter sido enganadas e não perceberam a “intenção de satisfazer o desejo sexual dele de ver as meninas em situações vexatórias”.

A delegada disse, ainda, que, além das vítimas dos crimes praticados no cursinho e na igreja do pastor, há relatos de outras ações do homem, que não teve o nome divulgado. “Teve vítima abordada em rede social”, acrescentou.

O pastor também intimidava as vítimas, segundo a polícia, pedindo segredo e dizendo para ninguém contar para a família. “Ele dizia que poderia atrapalhar a experiência”, disse Vilaneida Aguiar.

A policial disse que, desde o surgimento das denúncias, o pastor abandonou o imóvel. Vilaneida Aguiar afirmou, ainda, que o homem negou as acusações. “Pelo perfil dele, vil e ardiloso, não é surpresa a negativa”, declarou.

A delegada disse também que algumas vítimas relataram crimes praticados há mais de dez anos. “Agora, que viram que era mentira, decidiram denunciar. Acreditamos que podem existir mais vítimas”, acrescentou.

Gestora da Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), a delegada Inalva Regina afirmou que é comum em crimes sexuais o autor se aproveitar da confiança da amizade que tem com a vítima.

“Isso faz com que, muitas vezes, essas vítimas não percebam que aquilo se trata de um crime”, comentou.

Em casos desse tipo, a delegada orienta que as vítimas devem procurar a família ou uma pessoa de confiança para conversar. “Não se cale não e não fique na dúvida. Procure a polícia”, disse.