Rosana Hessel
Correio Braziliense
Apesar da crise dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) registrou leve melhora nas intenções de voto, de acordo com dados da edição de março da Pesquisa Genial/Quaest. Contudo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança em todos os cenários previstos na pesquisa.
A média das intenções de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou estável em 46%, entre fevereiro e março. Já a preferência por Bolsonaro passou de 24% para 26%. Na terceira colocação ficaram tecnicamente empatados Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Ciro teve 7% das intenções de voto, mesmo percentual de fevereiro. Enquanto isso, Moro ficou com 6% das intenções de voto, dado abaixo dos 8% de fevereiro.
LULA IMBATÍVEL – Em um eventual segundo turno, Lula vence de todos os opositores em todos os cenários, com mais de 50% das intenções de voto. Contra Bolsonaro, por exemplo, o placar ficou em 54% contra 32%, como mostra o primeiro quadro abaixo. Em fevereiro, esse mesmo placar era de 54% contra 30%.
De acordo com a pesquisa, a avaliação negativa da gestão de Bolsonaro passou de 51% para 49% entre fevereiro e março. Já a regular, manteve-se estável em 22% e, a positiva, passou de 22% para 24%.
A pesquisa realizou duas mil entrevistas entre 10 e 13 de março e tem margem de erro de dois pontos percentuais. Entre os destaques a queda das avaliações negativas, em diferentes recortes. Um deles demonstra que houve uma redução de 22 pontos percentuais na avaliação negativa do governo para os eleitores que se beneficiam do Auxílio Brasil, caindo de 45% para 23%.
PREOCUPAÇÃO COM ECONOMIA – Mesmo com a alta da gasolina e a economia se estabelecendo como principal preocupação entre os eleitores, um crescimento de 35% para 51%, a avaliação positiva do atual governo vai avançando para um melhor patamar desde o início das pesquisas, em 2021.
“A melhora marginal na avaliação do governo, com reflexos nas intenções de voto do presidente, está diretamente associada ao movimento de retorno de eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018, mas que se frustraram com o presidente nos últimos anos”, avaliou o CEO da Quaest e responsável pela pesquisa, Felipe Nunes.
Segundo ele, há dois movimentos simultâneos. “Primeiro, eleitores de baixa renda que votaram em Bolsonaro em 2018 e passaram a receber o Auxílio Brasil estão mais otimistas com o governo. Segundo, eleitores de renda média que não acreditam mais na vitória da terceira via, estão voltando para o colo do presidente. Se a tendência se mantiver, Bolsonaro pode continuar crescendo no vácuo deixado pela terceira via”, explicou Nunes.