Atenção, há algo no ar! O general Azevedo e Silva, de repente, desistiu de ser diretor do TSE…

Azevedo e Silva deixa Ministério da Defesa em mais uma baixa no Governo Bolsonaro | Atualidade | EL PAÍS Brasil

Não mais que de repente, diria Vinicius, o general abriu mão

Weslley Galzo
Estadão

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta quarta-feira, 16, a íntegra do documento elaborado em resposta aos questionamentos das Forças Armadas sobre o sistema eletrônico de votação, solicitados pelo representante do Ministério da Defesa na Comissão de Transparência das Eleições.

A Corte não previa tornar públicas as informações para atender à solicitação de sigilo apresentada pelo general Heber Portela, mas alegou ser necessário “diante do vazamento da existência de perguntas que foram formuladas, bem como do próprio teor das perguntas”.

A decisão foi tomada em conjunto pelo atual presidente Luís Roberto Barroso e seu próximo sucessor no cargo, Alexandre de Moraes, e pelo ministro Edson Fachin. Em nota, o TSE justifica a divulgação das perguntas e respostas “levando em conta que as informações prestadas às Forças Armadas a respeito do processo eletrônico de votação são de interesse público e não impactam a segurança cibernética da Justiça Eleitoral”.

GRANDE RELEVÂNCIA – No documento, a área técnica do TSE, responsável por formular as respostas aos militares, afirma que as perguntas apresentadas pelas Forças Armadas são de “grande relevância” e fazem parte das “reflexões, aquisições e programações futuras” da Corte.

A decisão de divulgar o documento, antes considerado sigiloso, foi tomada após o ex-ministro da Defesa no governo do presidente Jair Bolsonaro, general Fernando Azevedo e Silva, ter desistido de assumir a Diretoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral.

A desistência ocorreu às vésperas da posse no cargo, que estava prevista para acontecer no próximo dia 22, mesma data em que o ministro Alexandre de Moraes assumirá a presidência do TSE. A declinação do convite pelo militar da reserva altera os planos da próxima gestão da mais alta instância da Justiça Eleitoral, que via no militar um anteparo às eventuais campanhas de desinformação bolsonarista contra a instituição, durante as eleições de outubro.

DISSE FACHIN – A decisão teria sido tomada na noite de ontem, 15, mas só foi oficializada e tornada pública nesta quarta-feira, 16, na esteira da entrevista dada pelo futuro vice-presidente do TSE, Edson Fachin.

O ministro disse ao Estadão acreditar que as Forças Armadas não vão se atrelar a “interesses conjunturais”, caso Bolsonaro seja derrotado nas urnas. O magistrado declarou que as eleições deste ano devem ser “o maior teste das instituições democráticas” e defendeu: “ditadura nunca mais!”.

Em nota, o TSE informou que a decisão do ex-ministro teria sido motivada por “questões pessoais de saúde e familiares”. O próximo nome deve ser anunciado nesta sexta-feira (18/2).