Nazismo, o maior crime hediondo contra a humanidade na história universal

Após fala sobre nazismo, Kataguiri vira alvo de pedidos de cassação

Pedro do Coutto

Como é possível alguém, sobretudo nos dias de hoje, 77 anos depois da derrocada total do nazismo de Hitler, se manifestar a favor da existência de um partido nazista no Brasil ? Uma alucinação, mas que levou o deputado Kim Kataguiri e o apresentador do podcast Flow, Bruno Aiub, conhecido como Monark, defenderem a existência de um partido neonazista no Brasil.

Os crimes do nazismo transformam-se em uma sinfonia macabra, incluindo o holocausto que em campos de concentração levou à morte tragicamente 6 milhões de judeus. A situação nos campos de concentração foi a pior que o passado registrou depois da ação hedionda de Hitler. No Brasil, o nazismo é bem focalizado em seu caráter perverso pelo historiador Daniel Mata Roque em sua obra sobre a atuação da FEB nos campos da Itália.

ATUAÇÃO DA FEB – Os brasileiros não podem sequer, como alguns extremistas fazem, efetuar qualquer aceno a situações que levem à uma ditadura de conotações nazistas ou fascistas, pois a Força Expedicionária Brasileira combateu nos campos da Itália contra o nazismo de Hitler e o fascismo de Mussolini; 429 integrantes da FEB perderam suas vidas nos combates que participaram heroicamente.

Hitler perdeu para Hindenburg as eleições de 1932. Mas como Hindenburg e Hitler eram atacados pelos comunistas, Hindenburg resolveu em 1933 formar um governo com a participação de Hitler como primeiro-ministro. No mesmo ano, Hindenburg faleceu e Hitler assumiu o poder, o que levou à morte cerca de 50 milhões de pessoas, além de 200 milhões de pessoas feridas ou afetadas de alguma forma na luta contra a tirania.

REPÚDIO – Os brasileiros só têm motivos para repudiar a suástica, símbolo da crueldade e da violação de todos os direitos humanos. Trinta e cinco navios brasileiros foram torpedeados entre 1941 e 1944 por submarinos alemães. Dos 35, 33 afundaram. Morreram mais de mil pessoas. Uma covardia sem nome. O Brasil, em 1942,  declarou guerra contra a Alemanha e à Itália.

Monark foi demitido do Flow e Kataguiri tentou se desculpar. Monark alegou que estava embriagado, talvez pela ideia sinistra que ao lado de Hitler habita o esgoto da história. No O Globo, a reportagem sobre o assunto na edição de ontem é de Arthur Leal, Bolívar Torres, Jan Niklas e Lucas Mathias. A Folha de S. Paulo publicou a matéria sem assinatura. O Estado de S. Paulo também publicou matéria na sua edição desta quarta-feira.

LEI ROUANET –  Em reportagem publicada na edição de ontem, o Estado de S. Paulo focalizou os cortes estabelecidos pela Secretaria Especial de Cultura a limites previstos na Lei Rouanet para a dedução de aplicações financeiras no Imposto de Renda.

A matéria foi também divulgada na noite de terça-feira pelo Jornal Nacional da TV Globo e pela GloboNews. A Lei Rouanet é a que permite financiamento de empresas dedutíveis do IR a projetos culturais numa solução adotada desde 1991.

A decisão já está publicada no Diário Oficial da União. Uma das reduções refere-se ao limite estabelecido para aplicações em projetos. O limite era de 10 milhões e agora está em R$ 6 milhões. Num ano eleitoral, o governo volta-se para uma nova investida contra os empreendimentos dos integrantes da classe artística.

LIMITE – Até a semana passada, o limite dedutível por cachê pago a apresentações de artistas era de R$ 45 mil. Pela decisão da Secretaria de Cultura, passou ao limite de R$ 3 mil por apresentação. Um corte, portanto, superior a 90%. No caso de orquestras, a cifra  desceu para R$ 3.500 por músico e R$ 15 mil para o maestro.

A resolução reduz de R$ 60 milhões para apenas R$ 1 milhão o valor máximo de captação permitido por projeto. Portanto, a redução é gigantesca e inviabiliza a própria Lei Rouanet como incentivadora cultural.

A resolução reduz para o máximo de R$ 10 mil a quantia destinada a aluguel de teatros, espaços e salas de apresentação de obras artísticas. Como se observa, a Secretaria Especial de Cultura anulou uma lei que deu certo e existe há mais de 30 anos.

CONGRESSO DERRUBA VETO – Matéria de O Estado de S. Paulo na edição de quarta-feira revela que o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro que impedia a dedução no Imposto de Renda das emissoras de televisão e rádio pela divulgação dos horários de propaganda partidária gratuita fora do período eleitoral.

Na Câmara foram 344 votos contra 49. No Senado, 54 votaram para derrubar o veto e 14 por sua manutenção. A questão é a seguinte: as emissoras de televisão e rádio deduzem no horário eleitoral o tempo ocupado por candidatos e partidos com base em suas tabelas publicitárias que variam conforme os horários. Foi incluído em projeto aprovado pela Câmara e pelo Senado. Bolsonaro vetou e o Legislativo derrubou o veto.

A matéria já tem mais de 25 anos. Um decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso permitiu a dedução nos horários de propaganda eleitoral. O decreto não foi anulado até hoje e, portanto, está em vigor. O que o presidente Bolsonaro vetou foi a extensão dessa compensação fiscal pela divulgação da propaganda partidária que começará em abril com base na inserção de 30 segundos durante os dias alternados. Portanto, o veto que contrariava os interesses das empresas de televisão e rádio foi derrubado e elas passam a poder deduzir o espaço concedido.

DESPESA COM ALIMENTAÇÃO –  Daniele Madureira, Folha de S. Paulo, com base em dados levantados pela Super Digital do Santander a partir de seu banco de dados, revelou que 36% do consumo das classes C e D se concentram nos gastos com alimentação nos supermercados, somados a 11% cujos gastos são feitos com alimentação em bares e botequins.

Portanto, o peso da inflação atinge mais diretamente as classes de rendas menores na medida em que o peso da alimentação, como ocorreu em 2021, representa 47% da renda dos segmentos C e D da população; 4% vão para o setor de transportes e 3% para as farmácias.

Por esse motivo, a inflação para as classes de maior renda tem um peso menor do que para os segmentos pobres. Essa verdade torna-se um fator  a mais para preocupação com a fome para esses grupos sociais. Com o congelamento de salários a cada dia a dificuldade é maior para os trabalhadores e funcionários públicos de menor remuneração.