Partidos da base se rebelam contra ministra Flávia Arruda

 

Por Malu Gaspar

O ano terminou em clima de insatisfação no grupo de WhatsApp dos líderes partidários da Câmara dos Deputados, e o motivo das queixas é a ministra Flávia Arruda, da Secretaria de Governo.

Embora integrante do PL e ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, Arruda prometeu e não cumpriu compromissos nos últimos meses, segundo duas lideranças que integram o grupo. Para piorar, na última semana não atendeu o celular.

Isso irritou deputados como Hugo Motta, líder do Republicanos, partido que faz parte da base do governo Jair Bolsonaro. Em mensagem postada no grupo na semana passada, ele avisou aos colegas que, a partir de agora, defenderá a demissão da ministra e que o governo que não conte com ele, nem com seu partido. Motta foi o relator da PEC dos Precatórios na Câmara, que passou com uma vantagem de apenas quatro votos além do mínimo necessário no primeiro turno da votação.

Ele não é o único insatisfeito. Sob reserva, outros dois deputados relataram o clima azedo, que contaminou até parlamentares do PL e do PP. Juntos, os partidos formam o tripé de sustentação do governo Bolsonaro no Congresso.

Há menos de um mês, Arruda foi cobrada pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), pela liberação de emendas num episódio em que o parlamentar ofendeu a ministra pelo telefone.

“Na minha bancada não tem um deputado satisfeito. Não é só questão de orçamento, mas também uma falta de respeito na relação com os deputados da base”, diz Hugo Motta (Republicanos-PB). “A gente quer um ministro que cumpra os acordos”.

Ele afirma que o governo passou meses prometendo resolver pedidos de parlamentares para nomeações nos estados e não entregou. Na reta final do ano, uma promessa não cumprida para liberar cerca de R$ 600 milhões para projetos patrocinados por parlamentares nos estados entornou o caldo. Clique aqui e confira a matéria na íntegra.