Do Globo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi filmado enquanto dançava funk com teor machista em uma lancha ao lado de apoiadores no Guarujá, no litoral paulista, onde passa férias. As imagens foram publicadas nesta segunda-feira pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo tenente Mosart Aragão, assessor especial do chefe do Executivo, que ironizaram uma suposta preocupação do mandatário com o encontro entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido).
Na gravação, o presidente dança uma paródia da música “Baile de Favela”, que foi intitulada “Proibidão do Bolsonaro”, de autoria do MC Reaça, que morreu em 2019 após fazer sucesso durante a campanha presidencial no ano anterior. Além de exaltar Bolsonaro, a letra da música compara as mulheres de esquerda a cadelas.
“Dou pra CUT pão com mortadela e para as feministas, ração na tigela. As minas de direita são as top mais bela, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela”, diz trecho que consta no vídeo feito no litoral paulista, onde Bolsonaro está hospedado desde o dia 17. Ele deve retornar a Brasília para as festas de fim de ano no próximo dia 23.
Em suas publicações, Flávio e Aragão escreveram:”Bolsonaro preocupado com o ‘Jantar da Democracia’ de Lula/Alckmin”. Além deles, o ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato à presidência pelo Podemos, também atacou o jantar, que chamou de “comemorativo da impunidade da grande corrupção”.
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Cotados para formar uma chapa para a eleição presidencial do ano que vem, Lula e Alckmin se encontraram publicamente pela primeira vez neste domingo. Os dois participaram de um jantar organizado pelo grupo de advogados Prerrogativas em um restaurante dos Jardins, Zona Sul de São Paulo.
No evento, Alckmin deu mais indicativos de sua aproximação ao petista ao dizer que “é hora da união”, como mostrou o colunista Bernardo Mello Franco. Lula afirmou, durante um discurso de cerca de 40 minutos, que a situação do Brasil exige a união de antigos adversários.
Além de ser um sinal de aproximação entre dois antigos adversários, o encontro público entre Lula e Alckmin também é visto como mais um passo na direção da formação de uma chapa presidencial para o ano que vem. A presença no evento de dirigentes de outros partidos que podem apoiar a candidatura do petista, como PSOL, PSD e Solidariedade, reforçou o caráter simbólico do evento.
Alckmin e Lula já haviam se encontrado reservadamente. Segundo interlocutores, o petista nunca convidou o ex-governador a integrar a chapa. Apesar disso, ambos deram declarações públicas que convergiam para uma aproximação. Alckmin afirmou não ter “diferenças intransponíveis” em relação ao petista. Lula, por sua vez, disse que não há nada que aconteceu entre eles que não possa ser “reconciliado”.