Por Antonio Magalhães*
Uma pandemia de bizarrices vem acometendo o país, como uma cepa político-ideológica com a devida gravidade pelos efeitos que ela vem provocando em mentes vazias e autoritárias. Na mais recente – porque certamente outras virão – cinco procuradores do Ministério Público Federal em Brasília acionaram a Justiça Federal para que a União indenize as famílias de vítimas fatais pela Covid e sequelados.
Como indenização por danos morais e materiais, o Governo Federal – isto é com o dinheiro do contribuinte, do nosso bolso – deve pagar, segundo os procuradores, R$ 100 mil a parentes de mortos e R$ 50 mil para sobreviventes com sequelas graves.
E ainda querem que o Governo mapeie e formule política pública de assistência à “Covid Longa”, e repasse R$ 1 bilhão ao Fundo Federal dos Direitos Difusos, por dano moral coletivo, para ser usado em ações, programas ou projetos de desenvolvimento científico, informou o G1.
Toda essa conversa dos procuradores de Brasília se for levada adiante vai custar a bagatela de mais de R$ 62 bilhões. Ou ¥ 69, 4 bilhões de Yuan, a moeda chinesa, que certamente não seria disponibilizada pelo presidente Xi Jinping nem para indenizar seu povo, vítima, como o resto do mundo, do vírus surgido na China.
No documento, assinado por cinco procuradores da República, o MPF pede ainda uma declaração expressa de desculpas do governo brasileiro às famílias das vítimas. Segundo o órgão, a União deve ser responsabilizada por atos praticados “dolosa e culposamente”, por diversos agentes públicos, na condução da pandemia do coronavírus.
Uma culpa inexistente, comprovada a contragosto pela circense CPI da Covid que usou várias artimanhas para envolver o presidente da República. Chegou a acusá-lo no relatório final de nove crimes absurdos.
Mas os fatos pouco importam para este grupo. É necessário, na cabeça desses procuradores, manter os ataques com os chavões oposicionistas desses dois anos de pandemia. Como, por exemplo, que o Kit Covid foi ineficaz – há controvérsia, pois eu fui curado da Covid por esses medicamentos – e que o Governo Federal desinformou a sociedade sobre a gravidade da doença.
Os procuradores do MPF de Brasília tiveram uma boa orientação: as sentenças do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, que se imiscuiu nas atribuições da administração federal, retirando os seus poderes de gestão na pandemia, deixando-a funcionar apenas como o cofre aberto que subsidiou os primeiros combates à Covid. A segunda parte, com as vacinas compradas e aplicadas em mais de 90% dos brasileiros, não mereceu qualquer menção por integrantes do MPF.
O Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá), uma criação imortal do cronista carioca Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, não para na ação judicial dos procuradores. Ele se desdobra na pandemia agora com a exigência descabida do passaporte de vacina para circular em lugares públicos. Um certificado de um imunizante que não garante a imunidade do seu portador.
Por isso não há muito que esperar de positivo nessas tumultuadas medidas tomadas por quem não entende nada de ciência e muito de autoritarismo e de controle social. É isso.
*Jornalista