Casacor expulsa mulher com deficiência que reclamou da falta de acessibilidade na mostra

‘Uma funcionária me chamou de mentirosa e me mandou calar a boca’, diz Nathalia Blagevitch Fernandez, advogada que tem paralisia cerebral.

Nathalia Blagevitch Fernandez é advogada. Crédito: Reprodução.A advogada Nathalia Blagevitch Fernandez, de 30 anos, que tem paralisia cerebral, afirma ter sido discriminada e conduzida para fora daCasacor, mostra de arquitetura e decoração em cartaz no Allianz Parque, na região oeste de São Paulo, após reclamar da falta de acessibilidade no evento.

A advogada comenta que duas mulheres, uma delas carregando um bebê e um carrinho, a outra usando uma bengala, entraram no elevador de carga. “Eu falei que elas não iriam conseguir subir porque não havia acessibilidade. A funcionária da Casacor respondeu na hora ‘cala a boca sua mentirosa’ na frente de todas as pessoas”, diz a advogada. “Então, eu chamei a polícia”.Nathalia conta que comprou o ingresso pela internet, para ela e para uma acompanhante – a R$ 50 cada – e informou ser uma pessoa com deficiência. Quando chegou no evento neste sábado, 23, após visitar o primeiro andar da exposição, ela procurou pelos elevadores e, como não encontrou, procurou a organização.

“A equipe da exposição explicou que os elevadores do Allianz Parque haviam sido danificados após uma falta de luz e estavam parados”, diz Nathalia. “Indicaram o uso do elevador de carga, mas disseram que eu só subiria um andar”, narra a advogada. “Perguntei se alguém poderia me carregar e isso foi recusado porque a exposição tem sete andares”, relata. headtopics.com

“Eu desci com uma bombeira e a minha acompanhante pelo elevador de carga. Então, uma moça com roupas pretas e o crachá da Casacor disse que me acompanharia até a saída. Eu respondi que queria falar com a organizadora do evento – Eliana Sanchez – e essa funcionária não permitiu”, afirma Nathalia.

Nathalia explica que os policiais compareceram ao local, mas não fizeram nada porque “não havia crime” e a orientaram a registrar o boletim de ocorrência pela internet. Nathalia fez o BO e pretende comparecer à Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência de SP, no Centro da capital paulista, para formalizar uma denúncia.

De acordo com aLei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (n° 13.146/2015).

Consulte Mais informação: Estadão »