Dívida pública tem alta de 3,07% em junho e atinge R$ 5,33 trilhões, diz Tesouro

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Charge do Baldinger (Arquivo Google)

Jéssica Sant’Ana
G1 — Brasília

A dívida pública federal em títulos – que inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior – registrou alta de 3,07% em junho, na comparação com o mês anterior, e atingiu R$ 5,33 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (28).

A dívida pública é emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Ou seja, são empréstimos feitos para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.

EMITINDO TÍTULOS – Segundo o Tesouro Nacional, o crescimento em junho é explicado pela emissões de títulos da dívida que somaram R$ 138,13 bilhões, além da contabilização de R$ 20,60 bilhões em juros.

Em junho, ainda segundo dados oficiais, a dívida pública interna (que considera só os títulos vendidos dentro do Brasil) cresceu 3,29%, chegando a R$ 5,103 trilhões. Já o estoque da dívida pública externa caiu 1,77%, indo para R$ 226,67 bilhões.

A expectativa do Tesouro Nacional é de que a dívida pública continue a crescer nos próximos meses, e que termine o ano entre R$ 5,5 trilhões e R$ 5,8 trilhões. O valor, porém, é menor do que o previsto no início do ano, quando o Tesouro projetava que a dívida pública poderia chegar a R$ 5,9 trilhões.

DESPESAS EXTRAS – Ao fim de 2020, a dívida pública federal atingiu R$ 5 trilhões, impulsionada pelas despesas extras para combate à pandemia de Covid.

O coordenador de operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas, destacou ainda o alongamento do prazo médio da dívida pública federal. O prazo médio dos títulos públicos emitidos em junho foi de 4,6 anos. Segundo o Tesouro, é o maior desde março de 2020.

O alongamento do prazo da dívida é importante para não pressionar o Tesouro no curto prazo. No ano passado, por exemplo, o mercado exigiu títulos mais curtos e com prêmios maiores devido à pandemia de Covid.

RETOMADA – Segundo Lobarinhas, o alongamento do prazo é influenciado por uma melhora dos mercados.

“Nós temos observado ao longo dos meses de 2021 uma melhora dos mercados, uma recuperação ao que observamos em 2020. Isso tem ocorrido de forma gradual e consistente. Não temos nenhuma evidência que esse movimento seja temporário ou vinculado a um movimento específico que tenha ocorrido nesses meses”, explicou.

Sobre temores com o avanço das infecções pela variante Delta, o coordenador explicou que, se a variante se espalhar, trará volatilidade (incertezas no mercado), mas não há uma projeção do impacto na emissão dos títulos.