Vice-presidente afirmou ainda que não está convencido que episódio irá prejudicar o presidente
— Podem dizer o que quiserem do Pazuello, mas desonesto ele não é. Isso eu posso garantir — disse Mourão ao GLOBO.
Ao deixar o Ministério, em conversa com servidores, o ministro Pazuello chegou a sugerir a existência de corrupção na pasta. Na ocasiao, lembrou que foi pressionado por uma “liderança política” para atender a uma série de demandas orçamentárias. O ex-ministro, que chegou a citar o fato de “todos quererem um pixulé no fim do ano”, no entanto, não explicou a quem se referia.
Em seu depoimento, Luis Miranda relatou ainda que, durante uma conversa no Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro ouviu a denúncia e atribiu a responsabilidade do esquema ao atual líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Segundo Mourão, entretanto, o deputado Luis Miranda não seria uma testemunha confiável.
— Vamos aguardar, mas uma coisa eu posso dizer: não dá para comprar um carro usado desse Luis Miranda, embora denúncia não sai do convento — disse ao GLOBO, antes de completar: — Não estou convencido de que esse episódio todo vá prejudicar o presidente.
Desde o início da gestão Bolsonaro, o vice-presidente foi escanteado pelo próprio presidente. Em entrevista ao ao podcast “A Malu tá ON”, do GLOBO, Mourão já demonstrou incômodo com o distanciamento imposto pelo presidente em relaçao a ele. Sobre o caso Covaxin, Mourao afirmou na quinta-feira que seria “muito barulho por nada”.
— Eu não entendo por que o presidente me exclui das reuniões”, afirma ele, já advertindo: “Lembrando que eu, eventualmente, posso substituí-lo e ter de decidir sobre algum assunto desses, que eu não sei nada” — disse à época.