Em conversa, Lula e Kirchner falam em “recuperar” os países

Os dois líderes participaram de seminário virtual

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e e vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner Foto: Instituto Lula/Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta sexta-feira (14) com a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sobre “recuperar” o Brasil e outros países da América Latina após “os golpes e processos de perseguição”. A reunião aconteceu em um seminário virtual, no qual também mencionaram as diferenças do acesso às vacinas contra a covid-19.

– Se Deus quiser, recuperaremos o Brasil em 2022 – comentou o petista, ao se referir às próximas eleições presidenciais.

Lula aproveitou a ocasião para enaltecer a sua gestão e a de outros governantes latino-americanos contemporâneos.

– Provavelmente, foi o melhor momento da América Latina – analisou, ao justificar que o Mercosul foi reforçado, a Unasul foi criada e a economia começou a crescer “quando o continente pôde construir um bloco forte, um bloco político e econômico, uma cultura latino-americana”.

– Infelizmente, mais uma vez, os golpes de Estado destruíram os nossos sonhos. Mas estamos nos levantando – declarou Lula, complementando que Alberto Fernández “recuperou a Argentina” ao chegar à presidência, em 2019, e que Luis Arce fez o mesmo na Bolívia no ano passado.

PERSEGUIÇÕES
Cristina e Lula lideraram o ato de assinatura de um convênio de cooperação entre o Instituto Pátria e o Instituto Lula, as ONGs de cada um, respectivamente.

A vice argentina lembrou que o Instituto Pátria, criado em 2016, “foi refúgio contra todos os processos de perseguição ocorridos” na Argentina contra os que tinham “ditado o destino da pátria, justamente em eleições livres, populares e democráticas”.

– O mesmo aconteceu com Lula – disse Cristina Kirchner, que também citou os ex-presidentes Rafael Correa, do Equador, e Evo Morales, da Bolívia.

Cristina descreveu o processo como parte das doutrinas que “as Forças Armadas utilizavam para retirar governos nacionais e populares”, e advertiu que agora são utilizados “setores do Poder Judiciário para armarem casos que destruíram, fundamentalmente, os dirigentes nacionais” e “principalmente a memória do que esses governos conquistaram em matéria de progresso social, de direitos”.

ACESSO À VACINA
A vice-presidente argentina também ressaltou as dificuldades dos países latino-americanos para conseguirem acesso à vacina.

– Nas diferenças que se davam entre Norte e Sul em termos de renda, geração de autonomia, industrialização, agora estão muito abaixo. Por exemplo, no acesso às vacinas, que são o acesso à vida. Nunca pensamos nesta nova guerra com um inimigo invisível (coronavírus) – disse Cristina.

*Com informações da agência EFE