BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro repetiu nesta sexta-feira que haverá  uma “mudança” na Petrobras, sem explicar a que se refere. Bolsonaro afirmou que não irá interferir na política de preços da empresa, mas disse que o cálculo do preço dos combustíveis não pode ser um “segredo de Estado”. As ações da empresa caem mais de 7%, com temor de investidores de que haja ingerência política sobre a estatal.

— Anuncio que teremos mudança, sim, na Petrobras. Jamais vamos interferir nessa grande empresa, na sua política de preços. Mas o povo não pode ser surpreendido com certos ajustes. Faça-os, mas com previsibilidade. É isso que nós queremos — disse o presidente, durante visita a Sertânia (PE).

Após as declarações de Bolsonaro, membros do Conselho de Administração da Petrobras já estão montando uma estratégia para reforçar a blindagem da companhia de uma possível interferência do governo de Jair Bolsonaro, destacou uma fonte do mercado a par das conversas.

Bolsonaro afirmou ainda que cobra “transparência” de todos que indica:

— Se lá fora aumenta o preço do barril do petróleo e aqui dentro o dólar está alto, sabemos das suas repercussões no preço do combustível. Mas isso não vai continuar sendo um segredo de Estado. Exijo e cobro transparência de todos aqueles que eu tenho responsabilidade de indicar.

Na quinta-feira, durante transmissão em redes sociais, Bolsonaro criticou a Petrobras por reajustar os valores da gasolina e do diesel e disse que “alguma coisa vai acontecer” na estatal nos próximos dias. Ele chegou a demonstrar insatisfação com declarações do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

Com o novo aumento da gasolina — o quarto em 2021 — o preço do combustível vai acumular alta de 34,7% no ano.  Em seu terceiro reajuste anual, o diesel acumulará avanço de 27,7%.

Confira o VÍDEO:

https://youtu.be/FFa8b5yFHN0?t=134