Esculturas de Brennand: TCE e MPCO entram na parada

 

Por Mauro Ferreira Lima*

As duas instituições estão de parabéns. Pernambuco agradece. O procurador Cristiano Pimentel, do Ministério Público de Contas de Pernambuco, assinou o requerimento dirigido ao Tribunal de Contas do Estado e o conselheiro Carlos Porto autorizou a instauração de uma auditoria especial. Este servidor, foi relator das contas da PCR em 2020 e está na coordenadoria de controle externo para formalização dos procedimentos cabíveis a serem tocados.

O TCE deve investigar os extravios e o prejuízo público provocado pelos contumazes furtos, responsabilizando os agentes envolvidos – do prefeito ao seu universo subalterno – responsáveis pelo permissivo desmonte deste parque nos últimos anos.

Que isto chegue realmente a identificar e punir os responsáveis. O horror aqui acontecido foi inusitado pela ousadia. Que sirva de exemplo para que haja mais zelo pelo patrimônio público e para que sejam evitados outros crimes em Pernambuco, como vem acontecendo com ataques a esculturas em locais públicos como pontes, praças e até esculturas em mausoléus familiares em cemitérios do Recife. Estes também têm sido alvo de furtos.

Em 12.01 recente, o vereador Alcides Cardoso informou ao público que encaminhou, em 2020, pedido de informação à PCR sobre o fato do furto das esculturas de Francisco Brennand. Só obteve resposta no último dia 11 e foram informações incompletas, parciais.

A gerência de imprensa da PCR, até o momento, não se pronunciou sobre tais sucessivos episódios e sobre o descaso permanente para com aquele acervo cultural e turístico do povo pernambucano que tem um expressivo valor de mercado.

Este Blog ajudou a denunciar tais fatos. O ataque de 04.12 foi o mais contundente. Outros ataques já vinham acontecendo, há anos, e nada de providências efetivas por quem de direito deveria tomar: PCR e Governo do Estado. Tudo foi um misto de negligência, desídia e descaso!

Uma situação revoltante, infelizmente passível de acontecer em rincões longínquos do 4º mundo. Em países marcados pela pobreza como o Burundi, nos confins centrais da África, é possível se ver algo semelhante. Nestes locais, a impunidade reina absoluta, com zero consequências para seus autores de eventuais crimes como este.

Mas, aguardemos com um mínimo de paciência, pelas conclusões que virão à tona nesta investigação do Tribunal de Contas de Pernambuco.

*Analista Econômico