Para isso, João Campos seguiu com a agenda de rua no Alto José do Pinho e também se reuniu com os presidentes dos partidos aliados, ontem. Participaram do encontro com os dirigentes partidários o presidente do Solidaridede, Augusto Coutinho; do PSD, André de Paula; do Republicanos, Silvio Costa Filho, e do PSB, Sileno Guedes. Pelo PCdoB, o deputado federal Renildo Calheiros esteve presente. “Todos (os aliados) vão cumprir o seu dever. Os partidos que tiveram chapa vão mobilizar os seus vereadores e os demais vão mobilizar seus movimentos sociais e lideranças. Não tivemos chapa de vereador, mas temos militância e vamos organizar uma reunião com João”, avaliou André de Paula.
“Ele procurou ouvir os presidentes dos partidos e pedir engajamento. Todos estão motivados para garantir a tropa nas ruas nos próximos dias”, garantiu Coutinho.Já o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) afirmou que as estratégias que levaram João ao segundo turno na primeira colocação serão mantidas e que o voto dos eleitores conservadores do Recife pode migrar para ele, pois o “desejo de ajuste” ainda é mais forte do que “uma mudança radical” de gestão. “Uma parte vai reagir de modo a anular ou votar em branco ou não ir. Quem votar vai fazer uma escolha e penso que a característica própria é de que não esteja querendo uma mudança tão radical”, avaliou.
Análise
Na concepção do cientista político Alex Ribeiro, João vai tentar garantir os votos daqueles que têm aversão ao PT. No entanto, Ribeiro explicou que o grande desafio é utilizar instrumentos que atraiam este eleitor. “Não seria surpresa o PSB vincular o PT a esquemas de corrupção. Uma estratégia parecida com partido de centro, de direita ou até de bolsonaristas. Vale lembrar que o PSB é vinculado ao PT pelo eleitorado conservador. Este grupo trata os dois partidos como aliados”, diz.
Já a cientista política Priscila Lapa alerta que o socialista não mostrava um bom desempenho entre o eleitorado mais velho e de maior escolaridade nas pesquisas de primeiro turno. “Precisa se comunicar com eles, mostrando que é a renovação de um projeto político que teve erros, mas também teve conquistas. Tem, por outro lado, que conquistar o anti-PT claramente posicionado, onde quer que ele esteja, mostrando as diferenças entre os dois projetos”, ressaltou.
O cientista político Elton Gomes avalia que o eleitorado busca, nas eleições municipais, um candidato com capacidade de gestão e olham a disputa com mais pragmatismo. “É preciso apresentar uma agenda concreta e exequível. Vimos o discurso da anti-política e do outsider se esvair nessas eleições e os cidadãos querem gestão e pragmatismo”, avalia.
FOLHAPE