Por Jose Adalbertovsky Ribeiro – Jornalista e escritor
MONTANHAS DA JAQUEIRA – A humanidade terrestre vivencia uma experiência inédita e sem precedentes neste caso da pandemia. Certo?! Erradíssimo. Aliás, 1345 vezes errado. Na Idade Média, idos de 1350, século 14, quando todos eram inocentes e se amarrava cachorro com linguiça, a Peste Negra, também chamada Bubônica, matou cerca de 350 milhões de almas na Eur-Ásia, causou convulsões religiosas, econômicas e sociais, mudou a história do continente e do planeta.
O maledeto coronavírus de agora é manso em comparação com a antepassada, a devastadora bactéria Yersinia pestis.
Os novos sábios do Império GAFA – Google, Apple, Facebook e Amazon — precisam estudar e pesquisar um pouquinho para não cometer ignorações.
A maldita bactéria Yersinia pestis não foi transmitida para os outros continentes na Era Medieval porque naquela época a terra era plana, o mundo começava e acabava na Europa e na Ásia. Havia também um pedaço de mundo pré histórico na África. Os filósofos e os Santos Papas sabiam que havia um abismo nos mares e no fim do mundo depois da linha do horizonte. As almas encantadas habitavam o Paraíso Celeste, segundo os crentes, ou o purgatório ou o inferno, lugar dos ímpios e dos pecadores.
Felizmente eu ainda não era nascido na Era Medieval, pois se tivesse nascido eu teria morrido vítima da Bubônica e não estaria hoje escrevendo estas metáforas para o magnífico blog do Magno. A TV Globo, as outras emissoras e locutores sensacionalistas da Idade Média não transmitiam histericamente o placar mundial da bactéria Yersinia porque Cristóvão Colombo ainda não havia descoberto a América e Pedrálvares não tinha aflorado nas praias de uma nação corrupta chamada Pindorama.
Os medievais viviam tristes porque não amavam os Beatles nem as canções de Cole Porter, nem os sussurros de Janis Joplin, nem as cantigas de Michael Jackson do Pandeiro.
Se na Idade Média o gov tranca-rua Paulo Câmara editasse o decreto autoritário Covid-19, para ferir o direito humano da liberdade e mandar a Polícia prender as pressoas, ele seria excomungado pelo Santíssimo Papa Inocêncio VI por cometer o pecado de massacrar o próximo, ao invés de amar o próximo. Havendo o prefeito Geraudo Julho caído na tentação diabólica de cobrar o IPTU do ano 1351, o piedoso prelado o condenaria a mil penitências com o joelho no chão, por ter cometido o pecado da usura.
Tenho certeza que em tempos da Idade Média os governantes ladrões dos cofres públicos que se aproveitam do estado de calamidade para superfaturar contratos sem licitação seriam condenados ao fogo dos infernos, pois os ímpios e bandoleiros não são dignos do Reino dos Céus nem de comer o queijo do