O “Arco-Íris” marca presença na visão poética do diplomata, político e poeta pernambucano Olegário Mariano Carneiro da Cunha (1889-1958).
ARCO-ÍRIS
Olegário Mariano
Choveu tanto esta tarde
Que as árvores estão pingando de contentes.
As crianças pobres, em grande alarde,
Molham os pés nas poças reluzentes.
A alegria da luz ainda não veio toda.
Mas há raios de sol brincando nos rosais.
As crianças cantam fazendo roda,
Fazendo roda como os tangarás:
“Chuva com sol!
Casa a raposa com o rouxinol.”
De repente, no céu desfraldado em bandeira,
Quase ao alcance da nossa mão,
O Arco-da-Velha abre na tarde brasileira
A cauda em sete cores, de pavão.