Biografia de Geneton Moraes Neto, dos grandes jornalistas do nosso tempo, lançada no Rio

Editado pela Cepe e escrito pelos jornalistas Ana Farache e Paulo Cunha, livro revela textos e imagens inéditas

A biografia de um dos mais notáveis jornalistas brasileiros, referência para gerações de profissionais e que também deu considerável colaboração à produção cinematográfica pernambucana será lançada amanhã na livraria Travessa, no Leblon. O livro “Geneton, Viver de Ver o Verde Mar”, escrito pelos jornalistas Ana Farache e Paulo Cunha, é resultado de um intenso trabalho de pesquisa realizado ao longo de dois anos, e que contou com a participação direta da família e de dezenas de amigos que o recifense Geneton (1956-2016) cativou ao longo de sua vida.

Macaque in the trees
A capa do livro (Foto: Divulgação)

Em 246 páginas, o livro revela a vida e a trajetória de sucesso do escritor, jornalista e cineasta. Um mosaico composto por mais de 60 fotos, memórias do arquivo pessoal, documentos garimpados, além de quase 70 depoimentos de amigos e colegas de trabalho. Fotos e textos inéditos – como os produzidos por Geneton para o seu diário pessoal entre os anos de 1977 e 1985 – estão entre as boas surpresas.

Paixão e inquietude alimentaram boa parte dos pródigos 60 anos de vida de Geneton Moraes Neto – que começou a trabalhar aos 14 anos como colaborador do suplemento infantil do “Diario de Pernambuco”, passando a repórter profissional dois anos depois, acumulando entrevistas com nomes estelares como Caetano Veloso (que o considerava “o meu jornalista”), Gal Costa, Jards Macalé, Carlos Imperial, Nelson Ferreira dos Santos, entre outros. Aos 19 anos, já integrava a equipe da sucursal do jornal “O Estado de São Paulo” no Recife, e de lá partiu para ocupar redações de jornais e televisões nacionais e de fora do país. Ele foi diretor do “Fantástico”, da TV Globo.

Macaque in the trees
Entrevistando Woody Allen (Foto: Divulgação)

Geneton admitia fazer parte do “Partido dos Perguntadores do Brasil”, e esperava contribuir para a memória coletiva com o seu jornalismo. “Vivo dizendo que produzir memória é uma das (poucas) coisas realmente úteis que o jornalismo pode fazer”, lembrava. Essa determinação resultou em produções memoráveis, como as entrevistas realizadas com Theodore van Kirk (o navegador do avião que jogou a bomba atômica sobre Hiroshima), Eva Schloss (sobrevivente de Auschwitz), Yoko Ono, Pete Best (primeiro baterista dos Beatles), Desmond Tutu, Eugene Cernan (o homem que bateu o recorde de permanência na Lua), Woody Allen,José Saramago, Jorge Amado, Millôr Fernandes, entre muitos.

Macaque in the trees
Caetano Veloso chamava Geneton de meu jornalista (Foto: Divulgação)
Macaque in the trees
Geneton com Yoko Ono (Foto: Divulgação)

“Viver de Ver o Verde Mar” (verso de um de seus muitos poemas) fala ainda da família, da sua relação com a música, a produção cinematográfica, do tempo em que morou na Europa – para estudar cinema e trabalhando como camareiro de hotel e motorista de família rica – e de sua vontade de mudar (“tempos medíocres, hora de mudar. Encarar o cinema de uma vez, projeto tantas vezes adiado”) .

Geneton morreu no dia 22 de agosto de 2016. As cinzas do seu corpo foram jogadas no mar da praia de Pau Amarelo, no dia 24 de setembro daquele mesmo ano.

SERVIÇO: Lançamento do livro “Geneton, Viver de Ver o Verde Mar” / Quando: 3 de março de 2020 / Horário: 19h / Onde: Livraria Travessa do Shopping Leblon / Endereço: Avenida Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon / Preço do livro: 50,00 (impresso) e R$ 15,00 (e-book) / Haverá bate-papo com os autores.

Fonte: Jornal do Brasil/CADERNO B

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *