Sinalização de aval de Bolsonaro a fundo eleitoral de R$ 2 bilhões irrita aliados

Por Andréia Sadi

A sinalização do presidente Jair Bolsonarode que pode sancionar a previsão de R$ 2 bilhões no Orçamento de 2020 para financiamento de campanhas eleitorais tem irritado aliados e preocupa assessores do “núcleo duro” do Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro.

O assunto foi discutido nesta segunda-feira (6) no governo. A avaliação, segundo relataram aliados do presidente ao blog, é a de que o Planalto já se desgastou junto a apoiadores nas redes sociais com a sanção da figura do juiz de garantias – mesmo sob críticas de bolsonaristas.

Agora, a sanção do aumento de dinheiro público destinado a campanhas eleitorais será, novamente, um gesto do presidente ao Congresso para evitar se indispor com parlamentares. Tal aceno contraria o seu próprio eleitorado de Bolsonaro.

A base de apoio do presidente frequentemente mira nas redes sociais parlamentares como “adversários” do combate à corrupção, uma das bandeiras de campanha de Bolsonaro.

Na semana passada, o presidente disse que se vetasse o fundo eleitoral – como chegou a cogitar em dezembro – correria risco de impeachment. Afirmou que a sanção é “uma obediência à lei” e que era preciso “preparar a opinião pública” para a sua decisão para não ser “massacrado”.

Nos bastidores, Bolsonaro tem irritado principalmente parte da equipe jurídica do governo que defende o veto do texto e é aliada a Sergio Moro. Segundo esses integrantes, o secretário geral da Presidência Jorge Oliveira tem advogado junto ao presidente pela sanção do fundo eleitoral.

O presidente tem até o dia 20 de janeiro para tomar a decisão.

O fundo eleitoral, financiado com dinheiro público, foi criado por lei em 2017, após a proibição de doações de empresas para campanhas políticas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *