Tribunal Eleitoral da Bolívia marca eleições presidenciais para 3 de maio

Votação é marcada para mais de seis meses após questionadas eleições que precederam a renúncia de Evo Morales

Bolívia deve realizar suas novaseleições presidenciais no dia 3 de maio, um domingo, anunciou nesta sexta-feira o Tribunal Supremo Eleitoral do país. A votação foi marcada para mais de seis meses após as questionadas eleições que motivaram protestos da oposição, a renúncia de Evo Morales sob pressão das Forças Armadas e a controversa declaração de Jeanine Áñez como presidente interina.

— No primeiro domingo de maio, posso adiantar isso — disse Oscar Hassenteufel, vice-presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), consultado sobre a data das eleições.

Na terça-feira, o líder da ala radical da direita Luis Fernando Camacho anunciou que formará uma chapa ao lado do dirigente do departamento (estado) de Potosí Marco Pumari, após uma sucessão de rumores sobre divergências entre os dois dirigentes, que foram protagonistas do movimento que levou à renúncia de Morales à Presidência.

A chapa, chamada “Bolívia unida com dignidade, liberdade e democracia”, foi anunciada por Camacho em sua conta no Facebook, onde ele postou fotos dos dois. No acordo, de 14 pontos, os dois anunciam que deixam de lado “qualquer tipo de inconveniência ou mal-entendido do passado” porque consideram que “os interesses do país estão acima de tudo”.

Morales, por sua vez, se reuniu com dirigentes de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS) no último domingo, em Buenos Aires, mas a reunião não terminou com um candidato definido. Na última terça, o TSE, que teve seus juízes renovados mediante acordo entre o Congresso e o governo interino, rejeitou por unanimidade ações que pediam que o MAS fosse inabilitado para participar das próximas eleições presidenciais.

Entre os possíveis nomes do MAS, o mais forte é o do dirigente cocaleiro Andrónico Rodríguez, indicado como um dos favoritos pelo ex-vice-presidente Álvaro García Linera. Também estão cotados os ex-chanceleres Diego Pary, que esteve na reunião na Argentina, e David Choquehuanca, além do ex-ministro da economia Luis Arce. A decisão só será anunciada em 19 de janeiro.

Segundo uma pesquisa do instituto Mercados y Muestras divulgada no dia 22 de dezembro, Andrónico Rodríguez aparece com 23% das intenções de voto para presidente, dois pontos percentuais à frente de Carlos Mesa, da Comunidade Cidadã (CC), que disputou as últimas eleições contra Morales. Já Camacho tem 16%.

Fonte: OGlobo

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