Era Evo Morales termina tardiamente e eleva a radicalização no Continente

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A saída na Bolívia é convocar eleições urgentemente

Guga Chacra
O Globo

A era de Evo Morales chegou ao fim na Bolívia. Na verdade, já deveria ter terminado faz tempo caso o agora ex-presidente boliviano não tivesse seguido a cartilha chavista e disputado sucessivas reeleições com o objetivo de se perpetuar no poder.

Desta vez, diante do seu fracasso em conseguir uma vitória no primeiro turno e temendo uma derrota para o opositor Carlos Mesa no segundo turno, recorreu à irregularidades eleitorais, segundo observadores independentes. Parte da população claramente não aceitou a possível adulteração do resultado e saiu às ruas para protestar.

CLIMA DE VIOLÊNCIA – Aos poucos, alas mais radicais da oposição assumiram o comando dos protestos e a violência se acentuou. Conforme escreveu a editora de Mundo do jornal O Globo, Claudia Antunes, o principal candidato opositor, Carlos Mesa, um político centrista e moderado, “logo perdeu espaço para setores mais radicais da oposição, hoje representados por Luis Fernando Camacho, um empresário que lidera o Comitê Cívico do departamento (estado)oriental de Santa Cruz, reduto anti-MAS”.

Evo inicialmente tentou evitar qualquer concessão. Quando percebeu que sua estratégia não estava dando certo e a pressão aumentava, decidiu seguir a recomendação da OEA e convocar novas eleições neste domingo. Já era tarde demais. Acabou sendo obrigado a renunciar pelos militares em um episódio que sempre assusta na América Latina e nos remonta aos anos 1970.

CONVOCAR ELEIÇÕES – O importante agora para a Bolívia é convocar eleições o mais rapidamente possível e evitar uma deterioração das instituições democráticas do país. As Forças Armadas, que contribuíram tanto para Evo ficar no poder como para derrubá-lo, devem voltar aos quartéis. A transição deve ser feita pela via constitucional e civil. O momento é gravíssimo ainda mais com a radicalização.

Cabe ao Brasil, junto com outros países da OEA, dar apoio diplomático para evitar um acirramento ainda maior dos ânimos no país vizinho. Infelizmente, não é como algumas nações vizinhas da Bolívia vem agindo.

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