Internautas e especialistas criticaram a distribuição da “chuca”, ou “ducha anal”
Uma publicação feita nas redes sociais vem ganhando repercussão entre os internautas. Um usuário informou que durante um exame de rotina de IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), na Paraíba, descobriu que o governo está distribuindo “chuca descartável”, também conhecida popularmente como “ducha anal” para o público LGBT.
O produto foi criado pelo empresário Marcus Castropil, com a intenção de evitar doenças sexualmente transmissíveis (DST), como o HPV, as hepatites e a herpes. A ducha retal, ou enema, como também é conhecida, é uma prática que consiste em lavar o reto antes do sexo anal, para evitar que restos de fezes não sejam eliminados durante a penetração.
“Acontece que aquilo é cortante e, quando compartilhado, por exemplo, nas saunas gays ou na casa de amigos comuns, antes de sair para a balada, torna-se um potencial transmissor das DST. Imagine uma mangueira de borracha entrando e saindo várias vezes de diversos ânus diferentes”, destacou.
Críticas ao uso de verba pública para a “ducha anal”
Apesar de ser uma informação básica, é importante lembrar que o ânus não é um órgão sexual, mas sim um prolongamento do intestino grosso por onde são eliminadas as fezes (“merdas”) e gases intestinais (“peidos”).
Em função disso, a médica proctologista Marlise Cerato Michaelsen, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBPC), não recomenda o uso da “ducha anal”, ou “chuca”, como preferir…
“Se estiver com vontade de evacuar, vá ao banheiro e faça a higiene íntima, sem lavagens internas de rotina que podem eventualmente traumatizar o local, alterar o hábito intestinal e dificultar a evacuação futura”, disse ela ao falar da relação anal.
A médica explica que o enema (lavagem do reto) só deve ser realizado por recomendação médica, e não como um preparatório para uma intervenção peniana dentro do intestino.
“O procedimento é utilizado nos preparos para alguns exames de investigação diagnóstica, como a colonoscopia. Pode ser aplicado também no auxílio do fecaloma (fezes empedradas), ou para esvaziar o reto em caso de dificuldade evacuatória”, disse ela.
Saindo da linha médica e entrando no senso comum, internautas também criticaram a iniciativa. “Faltando medicamentos em hospitais públicos, faltando merenda nas escolas etc. E o estado usando meu dinheiro e de outras pessoas para lavar o cu alheio? Sfd”, questionou um usuário.
Alguns apontaram a falta de absorventes para mulheres em situação de rua como uma prioridade maior, além de outras medidas de saúde pública. Outros, porém, elogiaram a iniciativa, como o próprio autor da postagem inicial.
“Quando eu vi isso, nem acreditei kkk fui conversar com a mulher de la e vi a importância desse tipo de política, principalmente pra população trans que se prostitui”, observou o internauta. Confira: