Francisco Bendl
Em 6 de agosto de 1.945, o mundo foi surpreendido com uma energia desconhecida, voltada para a carnificina, ao explodir sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, o primeiro artefato atômico da história do homem! O inferno havia se transferido para aquela cidade e seus habitantes em frações de segundos, dizimando homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, e qualquer outra forma de vida existente no seu raio de ação, além de destruir milhares de casas e prédios ao mesmo tempo.
Testemunhas, à época, disseram que o rio que banhava Hiroshima ferveu, matando quem se jogava nele para fugir da alta temperatura!
EFEITO ETERNO – Os efeitos da bomba atômica perduram até hoje, mas, após os horrores imediatos do apocalipse, milhares de outros japoneses morreram pela irradiação, tanto pelas feridas externas (queimaduras), quanto pelo desenvolvimento de vários tipos de câncer.
Naquele dia, o ser humano se mostrou ao Criador a sua obra em outra versão: O lado mau, cruel, sádico, hediondo, um ser que desprezava a vida alheia, que matava porque assim o desejava, e com uma violência jamais vista até então!
O mundo mudou nesta data, 6 de agosto de 1945. Lamentavelmente não foi para melhor, conforme se alegara quando milhares de seres humanos foram torrados pelo calor emanado da bomba, que se aproximou do próprio sol, quando da decisão de ser jogada em vidas humanas e acelerar o fim do maior conflito que a humanidade participara, a Segunda Guerra Mundial.
E O MOTIVO? – Não, o motivo pode ter sido este, porém secundário. O verdadeiro, aquele que seria a razão incontestável dessa monstruosidade, foi de mostrar aos russos a potência americana em termos bélicos, avisando a todas as nações do globo quem mandaria no planeta e nas pessoas a partir daquele momento, que foi o mais terrível já presenciado em todos os tempos!
Homenagear os mortos de quase oito décadas atrás parece algo insensato nessas alturas, logo, não é minha intenção. Recordo este dia porque devemos conceder um minuto de silêncio a nós mesmos, quando matamos os últimos sentimentos que tínhamos de consideração e respeito ao próximo.
DEUS HUMANO – Naquela data, 74 anos atrás, o ser humano decidiu que seria o Deus dele mesmo, e não mais a divindade que havia nos criado. E passamos a viver com medo, muito medo.
E se o presidente de uma nação, que dispõe da bomba atômica, decidisse jogá-la sobre outro país, de modo a vencê-lo política e ideologicamente?
A humanidade passou a conviver intimamente com a sua aniquilação; aprendeu a ter consciência que a vida não mais lhe pertencia, pois nas mãos de “líderes” que dispõem em seus arsenais desta arma absolutamente apocalíptica, que acabaria conosco e com o planeta se assim o desejasse!
SÓ EXIBI-LA…– Uma pena que, analisando esse episódio incomparável em atrocidade, os americanos não tivessem um presidente que tentasse demonstrar o poderio desta arma antes de jogá-la sobre as pessoas.
Truman, 33º presidente dos Estados Unidos – para quem aprecia a numerologia, a idade que Cristo foi crucificado, aos 33 anos -, sucumbiu à sua vaidade de se projetar na história, de ser o primeiro homem a decidir que a vida estava nas mãos do mais poderoso.
E não em termos de valentia, coragem, de combater o inimigo cara a cara, não.
COVARDE EXEMPLAR – Truman foi o covarde exemplar, o mal personificado no seu jeito de caipira, de simplório, de sua falsa honestidade, pois escondia em seu íntimo o ódio irascível, a insanidade própria dos poderosos, a poder incontestável sobre tudo e todos!
De lá para cá não fomos mais os mesmos, pois sempre que surgia algum desentendimento ideológico, as ameaças eram feitas com base na bomba atômica. Logo, respeitosamente, discordo que tenhamos em nossos arsenais este artefato que produz mortes incontáveis e em grande escala.
Depois de duas bombas no Japão, 6 e 9 de agosto de 45, os russos mostraram ao mundo e à humanidade os males de uma explosão atômica, conforme o triste caso de Chernobyl, que dizimou milhares de pessoas no decorrer dos dias que o reator ficou exposto depois de explodir!
SEM SENTIMENTOS – Enfim, recolho-me por alguns instantes para homenagear a perda de sentimentos que nos enobreciam, e que hoje foram substituídos pelo medo, pela sobrevivência, e o quanto que empobrecemos depois desses fatos deploráveis e criados por nós.
Se Deus nos deu a vida, o homem lhe dá a morte quando quer, e não só para si, mas para aqueles que decide e escolhe como seus inimigos.