Em encontro no Recife, os secretários nordestinos de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Rural articularam uma agenda conjunta de atuação em defesa da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. O plano de ação foi definido durante o 14º Fórum de Gestores e Gestoras Responsáveis pelas Políticas de Apoio à Agricultura Familiar do Nordeste, nesta quinta (28) e sexta-feira (29).
A pequena propriedade rural responde por pouco mais de 80% da atividade agrícola na região. Em Pernambuco, por exemplo, a agricultura familiar responde por 90% da produção de milho e feijão, 96% da mandioca e cerca de 70% da produção de leite. “É preciso deixar de ver a agricultura familiar como uma atividade de subsistência e a passar a enxergá-la como uma atividade capaz de gerar renda e oportunidades no ambiente rural”, destacou o secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Dilson Peixoto, anfitrião do encontro.
Esta 14ª edição do Fórum foi marcada pela institucionalização do grupo de gestores de políticas de apoio à Agricultura Familiar, com a meta de se consolidar como um espaço de reflexão e proposição de políticas para o desenvolvimento rural. Para dirigir o Fórum nesta nova fase foram eleitos o secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará, Francisco de Assis Diniz, como presidente, e o secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Josias Gomes, como vice-presidente.
Como desafios para o setor foram identificadas a necessidade de criação de um novo programa de crédito para a agricultura familiar, ampliação das oportunidades de geração de renda e ocupações no meio rural, utilização das vantagens competitivas da alimentação saudável, adensamento das cadeias produtivas, regularização fundiária, melhoria do acesso à assistência técnica, entre outras metas apresentadas durante o encontro.
O secretário-executivo do Fórum, Eugênio Peixoto, destacou a necessidade de maior articulação das cadeias produtivas, citando como exemplo a cadeia da ovinocaprinocultura. “Em 2018, a ovinocaprinocultura captou do Pronaf quase R$ 300 milhões, recursos que trouxeram pouca ou nenhuma dinamização para a cultura, porque foram aplicados de maneira individualizada e não de forma coordenada”, avaliou.
O próximo encontro ficou marcado para o mês de junho, no Rio Grande do Norte, que terá como eixo a Territorialidade, Sustentabilidade e Competitividade da Agricultura Familiar. Até lá, serão realizados encontros menores e mais frequentes para acompanhar de perto as necessidades e as ações articuladas.