Presidente da ABI tenta se colocar acima da Justiça em eleição manipulada

Imagem relacionada

A tradicional ABI precisa voltar a ser um exemplo de democracia

André Moreau
Jornal da ABI

O jornalista e escritor José Louzeiro, cabeça da Chapa Villa-Lobos em 2016, esclareceu na época ao jornalista Domingos Meirelles que ele não era “dono” da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), embora o então candidato à reeleição como presidente pouco se importasse com críticas, comportava-se como se tivesse sido picado pela mosca azul.

Nessa ocasião, Meirelles deu vazão à sua empáfia, atacando o jornalista Carlos Newton, então presidente da Comissão Eleitoral (2016-2019), impedindo-o de cumprir o previsto na Ata da Comissão Eleitoral, manuscrita na Assembleia realizada com a presença de todos os representantes das chapas Villa-Lobos, Barbosa Lima Sobrinho e Vladimir Herzog, encabeçada pelo próprio Meirelles.

DIZIA A ATA – E a ata previa “fornecer imediatamente aos coordenadores das três chapas, cópias das listagens contendo endereços dos Associados da ABI”. Em seguida, de forma fraudulenta, Meirelles vetou a participação da Chapa Villa-Lobos no pleito, para se eleger sem concorrentes à altura.

O Livro de Atas, de capa marrom, o qual continha a Ata da mencionada Assembleia da Comissão Eleitoral, determinando o fornecimento da listagem para as três chapas, todas aptas a concorrer no pleito de 2016, desapareceu da ABI como os Manuscritos do Mar Morto. E o Sr. Domingos Meirelles foi eleito para o cargo de presidente, que já ocupava por decisão do Conselho Deliberativo da ABI, após a morte do presidente Maurício Azêdo.

AÇÃO NA JUSTIÇA – Cumpre esclarecer que o autor desse artigo, Coordenador da Chapa Villa-Lobos, representado pelo advogado André de Paula, acionou judicialmente o Sr. Domingos Meirelles que tentou burlar o processo em primeira instância, juntando ata fraudada através da qual alegou a impossibilidade estatutária dos membros da Chapa Villa-Lobos concorrerem no pleito, mas perdeu no Tribunal de Justiça, por decisão unânime de sete desembargadores.

E para piorar o quadro, o Sr. Domingos Meirelles descumpriu a intimação da Justiça, faltando a audiência do último dia 28 de fevereiro, na 36ª Vara Cível da Comarca da Capital, no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania, CEJUSC – Capital, mediada pela Juíza Ione Pernes, na qual seriam propostas as seguintes questões, visando assegurar paridade no pleito de 2019 – 2021:

1. Acesso a listagem dos Associados da ABI para todos os coordenadores de chapas.

2. Anistia a todo associado que parou de pagar mensalidades e de frequentar a Casa dos Jornalistas, por não receber boleto de cobrança.

DESCUMPRIMENTO – Elevando mais ainda o grau de descaso com a Justiça, na última segunda-feira (dia 11), Meirelles descumpriu a decisão da Juíza Marianna Manfrenatti Braga, da 49ª Vara Cível, que julgou a questão de restringir o acesso a listagem dos Associados da ABI, aos coordenadores de chapas, dessa vez na ação movida pelo vice-presidente Paulo Jerônimo de Sousa, o Pagê, como um “explicito descumprimento às práticas democráticas e de equidade àqueles que pretendem participar do pleito eleitoral”.

“(…) Na visão da magistrada, o atual presidente da ABI, Domingos Meirelles, está impedindo que haja eleições livres, ao se recusar a fornecer aos demais candidatos a lista de associados da instituição, com endereços, e-mails e telefones, repetindo a mesma ilegalidade já constatada na eleição de 2016 e que foi motivo de processo judicial, movido pelo jornalista André Moreau (…)” (deu na Tribuna da Internet)

É importante destacar na conclusão da Magistrada que, ao se recusar a fornecer a listagem dos Associados, o Sr. Meirelles mantém o impedimento de a ABI adotar “práticas democráticas em suas eleições internas, para evitar que os atuais dirigentes se perpetuem nos cargos, sem possibilidade de outras chapas saírem vencedoras”.

MAIS ABUSOS – Em outro artigo, no dia 12, Carlos Newton ressalta que “passados 30 dias da decisão da juíza, até agora a ABI não cumpriu a ordem judicial de liberar a lista. Nesta segunda-feira (11), o vice-presidente Paulo Jerônimo de Souza compareceu à sede da instituição para cobrar o cumprimento da decisão da 49ª Vara Cível, e foi informado pelo diretor administrativo Nacif Elias Hidd Sobrinho de que o presidente Domingos Meirelles, que foi citado pessoalmente por oficial de Justiça, não deu ordem a que fosse liberada a lista”. (deu na Tribuna da Internet).

Se os arqueólogos, em suas escavações, encontraram os Manuscritos do Mar Morto, quem sabe a Justiça também poderia designar seus “arqueólogos,” para encontrar o “Livro de Atas, perdido” na ABI e quem sabe ainda, consiga impedir que o Sr. Domingos Meirelles se perpetue no cargo, usando o mesmo “modus operandi” das eleições de 2016.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *