MEC virou bagunça! Ministro troca ‘número dois’ pela segunda vez em três dias

Iolene Lima foi anunciada pelo ministro Vélez Rodríguez como a nova secretária-executiva do MEC â?? Foto: Reprodução/Twitter

Iolene Lima vai colocar sua experiência (nenhuma) a serviço do MEC

Mateus Ferreira
TV Globo

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, anunciou, na tarde desta quinta-feira (14), que vai trocar a Secretaria-Executiva do Ministério da Educação. Por meio de suas redes sociais, ele afirmou que Iolene Lima assumirá o cargo de secretária-executiva, cargo que é considerado o “número dois” dentro do MEC. “De volta a Brasília, confirmo que Iolene Lima, da Secretaria de Educação Básica, assumirá a Secretaria-Executiva do Ministério da Educação”, afirmou ele em uma publicação no Twitter.

Antes do anúncio, Iolene servia como secretária substituta da SEB, a Secretaria de Educação Básica do MEC. Essa é a segunda mudança no cargo em três dias. Até a última terça-feira (12), o secretário-executivo do MEC era Luiz Antônio Tozi. Ele foi demitido como último ato de uma “reestruturação” promovida por Vélez, após uma série de reuniões com o presidente Jair Bolsonaro. Além dele, outros seis diretores e secretários de áreas do MEC foram demitidos.

TROCA-TROCA – Com a saída de Tozi, o nome de Rubens Barreto da Silva foi anunciado por Vélez, também em rede social. A nomeação de Barreto no cargo, no entanto, não chegou a ser publicada no “Diário Oficial da União”.

Conforme publicou o colunista do G1 Valdo Cruz, há uma “guerra” interna no MEC provocada por desentendimentos entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho. Essa disputa ficou mais evidente depois de uma sequência de polêmicas envolvendo atos do ministro da Educação, que acabaram sendo creditadas a um dos grupos e levaram à reorganização de funções na pasta.

O desempenho do ministro Vélez foi criticado por falta de resultados e por polêmicas como a do Hino Nacional, na qual voltou atrás.

REAÇÃO – Ainda no carnaval, o ministro começou planejar mudanças, alterando funções de funcionários. O grupo de Olavo de Carvalho reagiu, criticando a influência do coronel-aviador Ricardo Roquetti junto ao ministro, e Bolsonaro determinou que Vélez fizesse demissões.

Diante dos rumores de mudanças de cargo e da exoneração de seus alunos, Olavo postou em uma rede social que eles deveriam deixar o governo; ele chegou a afirmar que as trocas tinham como objetivo frear a “Lava Jato da Educação”. Na sequência, o governo exonerou funcionários e reafirmou que o compromisso de “apurar irregularidades” estava mantido.

SECRETÁRIO-ADJUNTO – Na mesma edição do Diário Oficial que exonerou seis funcionários, na tarde de segunda-feira (dia 11), o governo havia nomeado Rubens Barreto da Silva como secretário-executivo-adjunto; na terça (dia 12) porém, ele foi anunciado como o novo secretário-executivo, com a demissão de Luiz Antônio Tozi.

Nesta quinta-feira (dia 14), porém, o ministro anunciou o nome de Ioelene Lima para o cargo, e Vélez não disse se Barreto ocupará outra função no ministério ou se ficará como adjunto.

A nova secretária Iolene Maria de Lima é ligada a uma igreja batista do Interior de São Paulo e foi diretora de um colégio religioso paulista. Na madrugada desta quarta, ela embarcou com Ricardo Vélez para acompanhar o velório coletivo das vítimas do atentado em uma escola de Suzano (SP).

AGRADECIMENTO – Durante a viagem, ela criou uma nova conta no Twitter que, até a tarde desta quinta-feira, contava com apenas três mensagens, todas relacionadas à tragédia em Suzano. A quarta mensagem ela publicou após as 15h, depois do anúncio de seu nome para o cargo de secretária-executiva.

“Muito obrigada, Ministro @ricardovelez e Presidente @jairbolsonaro. Dediquei minha vida para a área da educação e me sinto honrada. É com grande alegria que assumo o cargo de tamanha importância para a educação do nosso país!”, escreveu Iolene.

Na conta anterior dela – que foi desativada, mas ainda pode ser acessada no histórico do Google –, o foco de Iolene era em mensagens religiosas e de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Em uma delas, ela dizia que “O Brasil não será uma Venezuela”.

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