Não é admissível reforma da Previdência sem auditoria e dados sobre a mesa

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Charge do Oliveira (Arquivo Google)

Antonio Carlos Fallavena

Muito já se escreveu sobre a reforma de Previdência Social e muito se disse e escreveu com total imprevidência. Não sou mago e muito menos tenho bola de cristal. Se alguém lembrar, nos anos de 2017 e 2018, por diversas vezes, ousei escrever sobre o assunto. Onde está a auditoria das contas do país e, em especial, da Previdência? Como reformar com dados “chutados, manipulados, escondidos, camuflados” pelos dois lados?

A sociedade mudou, significativamente, as composições das duas casas legislativas (ou seriam malocas?). Dois meses após dias após a posse, e parece que a contaminação está sendo rápida. Não é só no executivo que a “bola rola”.

SEM DISCURSOS – Durante muitos anos aceitei discursos. Agora, nas últimas décadas, fiquei mais exigente. Claro que alguns temas, a maioria da área política, tem no discurso as informações e os dados. No entanto, quando entra dinheiro, moeda e valores financeiros, é preciso carregar nos números e menos nos discursos.

Certamente os dados existem. Podem ter sido adulterados, manipulados, fraudados. Para o povo, que se encontra distante da lábia financeira, é preciso mostrar e demonstrar os dados.

Roubaram tanto. Desviaram tanto. Esconderam, repassaram, é só escolher os verbos. Na contabilidade aberta, os dados ficam disponíveis, visíveis e podem ser trabalhados, analisados, entendidos. E daí, alguém pode demonstrar isto? Quem pode contar e mostrar a história dos números da Previdência, desde o começo? Sim, pois no começo era só receitas. Décadas depois é que deram início ao apagamento de aposentados.

AUDITORIA – Mas não esqueçam de apresentar tudo, tudinho! A verdade é uma só. Seja de que lado está, o outro estará mentindo. Gostaria muito que a auditora Maria Lucia Fattorelli pudesse transformar seu discurso, aqui com o máximo respeito, em números. Ainda bem que a matemática é uma ciência exata.

Quanto a votação de proposta para a previdência, reitero o que entendo seja a única solução que pode garantir algo, por menos que seja. Bolsonaro deveria fazer a auditoria e só depois enviar ao Congresso uma proposta que tem de servir ao país e aos futuros trabalhadores, pelo menos para os próximos 50 anos! Se no Legislativo quisessem remendar, bagunçar, embutir propostas safadas e desmanchar as bases da proposta, que o presidente então a retirasse e deixasse tudo como está.

E, para encerrar a bagunça e não ficar sem reforma, deveria submeter as duas propostas – a do governo e a do Congresso – a um plebiscito deixando que a sociedade e os trabalhadores decidam o que acham que é melhor e pronto!

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