Polícia Federal cumpre 10 mandados de prisão temporária, dos quais sete são em Pernambuco
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (19), com a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU), a Operação Fantoche. O objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa voltada para crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
Segundo a PF, um grupo de empresas sob o controle de um mesmo núcleo familiar teria recebido mais de R$ 400 milhões desviados de contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo (MTur) e entidades ligadas ao Sistema “S”(Sesi, Senai, Sesc, Sebrae) desde o ano de 2002. Entre os alvos da operação estão o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger. Ambos foram presos em Brasília.
Foram cumpridos seis dos sete mandados de prisão temporária e os 40 mandados de busca e apreensão expedidos. Os outros alvos dos mandados foram:
– o empresário e proprietário da Aliança Comunicação, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva;
– o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB), Francisco de Assis Benevides Gadelha;
– o advogado e presidente do Instituto Origami, Hebron Costa Cruz de Oliveira;
– o empresário sócio da empresa Neves Jorge Tavares Pimentel Junior;
– o empresário e sócio da Idea Locação de Estruturas e Iluminação Júlio Ricardo Rodrigues Neves;
– e Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva, ligado à Aliança Comunicação. As informações são da Globo News.
Modus operandi
Os envolvidos nas fraudes costumavam usar entidades de direito privado sem fins lucrativos como justificativa para assinar os contratos e convênios com o MTur e o Sistema “S”. Em sua maioria, os contratos eram voltados à execução de eventos culturais e depublicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial. Os recursos eram posteriormente desviados para o núcleo empresarial por empresas de fachada.
Segundo o delegado Renato Madsen, o dinheiro não era investido como deveria nos eventos culturais. De acordo com ele, o grupo investigado se aproximou de algumas pessoas do sistema S para firmar esses contratos superfaturados. Em alguns casos, a quantia investida nos eventos era bem menor do que o declarado.
A operação ainda cumpriu 23 mandados de busca e apreensão em Pernambuco, três em Belo Horizonte/MG, dois em Nova Lima/MG, três em Brasília/DF, dois em Campo Grande/MS, dois em Maceió/AL, dois em Campina Grande/PB e dois em São Paulo/SP. Ao todo, participam da operação 38 equipes com 213 policiais federais e oito auditores do TCU nos sete estados.