“Só sei que nada sei” – a frase de Sócrates até hoje continua valendo

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Por Carlos Newton

Já falamos aqui sobre oito dos avatares que criaram as principais religiões, com doutrinas muito semelhantes e praticamente os mesmos ensinamentos – Krishna, Lao Tsé, Moisés, Buda, Confúcio, Sócrates, Jesus Cristo e Maomé. Entre esses oito doutrinadores,  os registros mais precisos que existem são de Sócrates, embora ele tenha nascido muito antes de Jesus (400 anos a.C.) e Maomé (571 anos d.C.).

Esse legado do pensador grego nos foi transmitido por dois de seus discípulos em Atenas: Platão e Xenofonte. Seus  ensinamentos  ministrados quatro séculos antes do nascimento de Jesus Cristo, perduram até hoje e influenciam não somente o Cristianismo, em suas diferentes segmentações, mas também outras religiões, como o Espiritismo, que nitidamente é baseado nos pensamentos do mestre ateniense.

CORPO E ALMA – Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, o doutrinador Allan Kardec destacou que as bases do Cristianismo foram pressentidas “muitos séculos antes de Jesus e dos essênios, tendo por principais precursores Sócrates e Platão”.

Kardec analisou em profundidade os ensinamentos dos mestres gregos em relação à espiritualidade, mostrando que antes de Sócrates e Platão, grandes pensadores já haviam concluído haver uma nítida separação entre corpo e alma (espírito). Muitas religiões acreditavam em reencarnação, outras pregavam a transmigração das almas ou metempsicose, segundo a qual o homem poderia reencarnar também em animais.

VIDA E MORTE – Sócrates tinha dúvidas. Aos juízes que o condenaram à morte, disse ele: “De duas uma: ou a morte é uma destruição absoluta, ou é passagem da alma para outro lugar. Se tudo tem de extinguir-se, a morte será como uma dessas raras noites que passamos sem sonho e sem nenhuma consciência de nós mesmos. Todavia, se a morte é apenas uma mudança de morada, a passagem para o lugar onde os mortos têm de se reunir, que felicidade a de encontrarmos lá aqueles a quem conhecemos! O meu maior prazer seria examinar de perto os habitantes dessa outra morada e distinguir lá, como aqui, os que são dignos e os que se julgam tais e não o são. Mas é tempo de nos separarmos, eu para morrer, vós para viverdes”.

DIÁLOGOS – Na prisão, em diálogos com os discípulos, dizia Sócrates: “O corpo conserva bem impressos os vestígios dos cuidados de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. Dá-se o mesmo com a alma. Quando despida do corpo, ela guarda, evidentes, os traços do seu caráter, de suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os atos de sua vida. Assim, a maior desgraça que pode acontecer ao homem é ir para o outro mundo com a alma carregado de crimes”. E acrescentou:

“Vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem Górgias, podereis provar que devamos levar outra vida que nos seja útil quando estejamos do outro lado. De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber do que cometer uma injustiça e que, acima de tudo, devemos cuidar, não de parecer, mas de ser homem de bem”.

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