FLIP 2019: FERNANDA DIAMANT, EDITORA DA ‘QUATRO CINCO UM’, É A NOVA CURADORA

Jornalista promete edição com foco maior na literatura de não ficção

Editora da revista Quatro Cinco Um, Fernanda Diamant é a nova curadora da Flip Foto: Nino Andrés / Divulgação

Editora da revista Quatro Cinco Um, Fernanda Diamant é a nova curadora da Flip – Nino Andrés / Divulgação

POR JAN NIKLAS

Editora da revista “Quatro Cinco Um”, Fernanda Diamant será a curadora da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Confirmada nesta terça, ela já anunciou: a próxima edição vai apostar mais em livros de não ficção. O mais prestigiado evento literário do país está marcado para ocorrer de 10 a 14 de julho de 2019. Ainda não foi definido quem será o homenageado.

‘Há assuntos que tem controvérsia, e que não são ligados a posições políticas óbvias. Buscar essa diversidade de opiniões é uma meta’

– FERNANDA DIAMANT  Sobre o objetivo de sua curadoria

Formada em Filosofia pela USP, Fernanda já atuou como jornalista e editora de livros na Publifolha e na editora 34. E defende a busca por autores de não ficção para oferecer mesas com pontos de vista mais variados.

— Essa produção é boa para incentivar o debate. Vou procurar temas ligados a História, ciências, jornalismo, antropologia, urbanismo e até maternidade. Muitos autores nesses gêneros chegam a uma qualidade, com uma capacidade de comunicar, que alcança a arte da literatura. E muitas vezes até se aproximam da ficção — diz.

Outra mudança que Fernanda pretende é em relação aos formatos das mesas. Segundo a curadora, mesas mais curtas, ou com duração intermediária, serão complementos às tradicionais — que duram 1h10min, em média.

O número de autores e mediadores por mesa também pode mudar. E novas combinações de linguagens estão previstas. Uma inspiração é a mesa deste ano com a russa Liudmila Petruchévskaia, que, além de falar, cantou.

Os temas políticos prometem estar em voga.

— Tudo é político, obviamente, mas há assuntos que têm controvérsia, e que não são ligados a posições políticas óbvias. A diversidade é uma meta — afirma.

HERANÇA DA DIVERSIDADE RACIAL SERÁ MANTIDA

Fernanda sucede à jornalista baiana Josélia Aguiar, cuja curadoria ficou marcada principalmente pelo aumento da diversidade racial e de gênero entre os autores convidados e entre o público. Um legado que a nova curadora promete manter.

— Eu acho que essa mudança tinha que acontecer e é algo que não tem volta. A sobrevivência da Flip como evento relevante no Brasil dependia disso.

O autor homenageado será revelado até o fim do ano. Por ora, a curadora se limitou a dizer que as opções “cobrem um amplo espectro” da produção literária. Em relação à queda de verba que o evento vem sofrendo nos últimos anos, Fernanda disse que ainda não sabe avaliar o assunto.

O arquiteto Mauro Munhoz segue como o responsável pela direção geral e artística do programa principal do evento. Em nota, ele afirmou que a curadoria de Fernanda “estabelecerá uma relação com as conquistas da Flip nos últimos anos e as novas demandas que estão surgindo no atual cenário político e cultural do Brasil e do mundo”.

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