PT tenta se prevenir para evitar o crescimento de Ciro Gomes na reta final

Haddad e Manuela estão apreensivos com a ofensiva

Daniela Lima
Folha/Painel

Há pedras no caminho. Apesar do discurso de confiança na presença de Fernando Haddad no segundo turno, coordenadores da campanha do PT se preparam para jogadas de última hora no campo da centro-direita. A princípio, dizem, pode haver movimento para esvaziar de vez as candidaturas de João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB) em favor de Jair Bolsonaro (PSL). Outra hipótese é parte do eleitorado abraçar Ciro Gomes (PDT), travar a alavancagem do PT e forçar a terceira via.

O PT analisa as chances de o grupo que não quer Bolsonaro e Haddad no segundo turno aderir à tese de que Ciro é uma opção viável para virar o jogo. O principal trunfo do pedetista é o índice que ele alcança na etapa final da disputa: derrota o deputado do PSL fora da margem de erro.

NAS RUAS – A ordem no QG de Haddad é investir pesado na campanha nas ruas e na TV para acelerar a transferência de votos e esvaziar Ciro Gomes. Se o petista chegar a 20% nas principais pesquisas e o pedetista baixar ao patamar de 10%, calcula a sigla, dá para respirar.

O PT se reúne na segunda-feira (dia 24) para discutir a tática a ser usada na reta final da eleição. Quer decidir se antecipa a estratégia de rivalizar diretamente com Bolsonaro, explorando a posição dele na votação de projetos como a PEC das Domésticas.

TUCANOS NO AR – Estrategistas da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) tentam reanimar os aliados mais pessimistas com o seguinte raciocínio: a onda a favor de Bolsonaro chegou cedo.  A 13 dias da eleição, dizem, há tempo para fazer esse movimento refluir.

Esse grupo cita o que houve com Aécio Neves (PSDB) em 2014 e com João Doria na eleição de 2016. Nesses casos, avaliam, o impulso final ocorreu nos três dias que antecederam o pleito, tornando o crescimento irrefreável para os adversários.

A campanha tucana diz que o vídeo que aponta para o risco de venezuelização do Brasil teve impacto no eleitor, segundo pesquisas internas. Mas o núcleo político da campanha tucana diz que, se o bombardeio sobre Bolsonaro não surtir efeito nas próximas pesquisas, se Alckmin não sair do lugar, já era.

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