Maia desmente apoio à proposta de Guedes sobre “superpoderes” a partidos

Rodrigo Maia nega ter apoiado a tese de Guedes

Eduardo Bresciani
O Globo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nega ter feito um acordo com Paulo Guedes, guru econômico de Jair Bolsonaro (PSL), para dar “superpoderes” a partidos em votações na Casa. Maia afirma que esteve com Guedes há seis meses e tratou apenas de economia. Em encontro com investidores no qual falou sobre a possível volta da CPMF, o economista de Bolsonaro disse ter combinado com o presidente da Câmara um novo modelo de votação no qual se computaria o voto de todos os parlamentares de um partido sobre determinada proposta, ainda que haja divergências dentro da bancada. A informação foi revelada pelo colunista Ascânio Seleme, do Globo.

— Tenho maior admiração pelo Paulo Guedes, mas prefiro as ideias dele na área econômica, tirando a criação da CPMF, claro. Não vou especular em assuntos que não existem— afirmou Maia ao Globo.

DESMENTIDO – O presidente da Câmara disse que em nenhum momento conversou com Guedes sobre sistema de votação no Congresso. Garantiu ter o diálogo se restringido a um debate sobre economia.

Numa conversa com investidores, Guedes atribuiu a Maia o nome do novo sistema de votação, que seria chamado de “voto programático de bancada”. Nesse formato, todos os votos de uma bancada seriam computados integralmente a favor de um projeto se mais da metade dos parlamentares daquele partido votarem a seu favor.

O objetivo seria facilitar a aprovação de projetos de um presidente sem maioria parlamentar. O mecanismo impõe a votação fechada de bancada mesmo que o voto seja aberto. Para aprová-lo no Congresso, contudo, serão necessários os votos da maioria, sem o artifício.

DIZ GUEDES – Ainda de acordo com Paulo Guedes, ele e Rodrigo Maia teriam combinado aumentar o percentual da cláusula de barreira de maneira a permitir o funcionamento de apenas uns cinco partidos no Congresso. “E com cinco partidos”, disse Guedes, acrescentando que a negociação fica muito mais fácil.

No entanto, o economista não disse, nem lhe foi perguntado, se o PSL, partido do seu candidato, conseguirá sobreviver sob essas novas condições.

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