Nova fase da Lava-Jato no Rio prende ex-superintendente do Banco Prosper

Edson Menezes, conhecido como Gigante, teve a prisão decretada pela Justiça

Rio de Janeiro, 30/08/2007 -Financas Edson Figueiredo Menezes, Presidente do Banco Prosper Balanco do Banco Prosper Foto : Leo Pinheiro Reporter : Maria Cristina Carvalho – Divulgação

O ex-superintendente do Banco Prosper Edson Menezes foi preso nesta quinta-feira, em seu apartamento no Leblon, em mais uma fase da operação Lava-Jato. Conhecido como Gigante, ele teve sua prisão preventiva decretada após investigação de pagamento de propina no processo de leilão do Banco do Estado do Rio de Janeiro (BERJ).

O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que ocorreu venda da folha de pagamento dos servidores do Estado do Rio em 2011, na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. A venda aconteceu num leilão preparado por uma consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que subcontratou o Banco Prosper.

A FGV também está sendo investigada. Há suspeita de que a instituição tenha participado do esquema. Um diretor da entidade deve ser intimado a depor.

PAGAMENTO EM VINHO, DIZ DELATOR

A operação foi baseada no depoimento do ex-operador de Cabral, Carlos Miranda. Ele disse que a negociação de venda ocorreu com a promessa de pagamento de R$ 6 milhões por parte de Edson Menezes. A quantia, de acordo com Miranda, teria sido paga metade em dinheiro e metada em vinhos de mais de US$ 1 mil no mercado internacional, paga por uma de suas offshores, a Remo Investments Ltd SA, , já que Menezes conhecia esse gosto requintado do ex-governador.

ENTENDA O CASO

Em 2006, o governo do Rio de Janeiro contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para elaborar consultoria independente para fixar o preço mínimo da alienação das ações do BERJ. Ao mesmo tempo, a FGV Projetos foi contratada para realizar os estudos de precificação da folha de pagamento dos funcionários do Estado. O edital de leilão do Banco, lançado em 2010, previu o pagamento de 3% sobre o valor total alcançado na venda para o pagamento da consultadoria independente. Ao final do processo, em 2011, foi identificado o pagamento de R$ 3,12 milhões pela FGV ao Prosper a título de prestação de serviços.

Além disso, foram encontrados registros no sistema Bankdrop, revelado na Operação Câmbio, Desligo, de pelo menos cinco operações de dólar-cabo e lavagem de capitais da offshore Remo Investments junto aos irmãos Chebar, operadores financeiros de Cabral.

As investigações também revelaram que Edson Menezes mantém relação de amizade próxima com Carlos Nuzman, denunciado na Operação Unfair Play, e que integrou o Conselho da Riopar Participações, ao lado de Marcelo Traça, Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira, todos denunciados na Operação Ponto Final.

Além da prisão preventiva de Edson Menezes, também foram autorizadas buscas e apreensões em seis endereços ligados a ele.

OGLOBO

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