Flip: Público se emociona com tributo de Fernanda Montenegro a Hilda Hilst

Abertura também contou com a compositora Jocy de Oliveira

Fernanda Montengro na abertura da Flip – Márcia Foletto / Agência O Globo

PARATY – Quando a mesa de abertura da 16ª Festa Literária de Paraty começou nesta quarta-feira, às 20h30m, com meia hora de atraso, a chuva, que antes minguava, apertou. As águas fortes da paixão, que se ouviam do lado de fora do Auditório da Matriz, lotado até os dentes, complementavam com muita propriedade a homenagem a Hilda Hilst, a intensa escritora cuja obra estará até domingo no centro dos debates do evento.

À frente da homenagem, a atriz Fernanda Montenegro e Jocy de Oliveira — duas mulheres não apenas contemporâneas de Hilda, como admiradoras de sua escrita. A atriz foi a primeira a entrar no palco, vestindo uma blusa vermelha. Arrancou aplausos ao ler trechos da obra da autora, como os impactantes versos dos livros “Júbilo, memória, noviciado da paixão” e “A obscena Senhora D”. E também alguns risos com passagens da crônica “EGE”, como a que fala em um fictício “esquadrão geriátrico de extermínio”.

  • Fachada do Cinema da Praça Foto: Márcia Foletto

  • A Editora Globo, que publica O GLOBO, está presente com a Casa de Não Ficção Época & Vogue Brasil Foto: Márcia Foletto

  • Movimento na cidade no dia de abertura da Festa Literária de Paraty Foto: Márcia Foletto

  • A exposição do fotografo português Fernando Lemos com fotos de Hilda Hilst, homenageada da Flip este ano Foto: Márcia Foletto

  • Mercado Editorial: movimento na Livraria da Travessa, principal livraria da Flip, montada em uma tenda na Praça da Matriz Foto: Márcia Foletto

  • O movimento na Flipinha, montada em uma tenda na Praça da Matriz Foto: Márcia Foletto

Após a performance de Fernanda, foi a vez de Jocy complementar a apresentação com seu número musical. Duas sopranos cantaram a peça fantasmagórica “Ouço vozes que se perdem nas veredas que encontrei”, de 1981, escolhida por Jocy por ter diálogo direto com a temática da morte na obra de Hilda, descrita ainda como “transgressora”.

— Ela foi além do seu tempo. Encarna um universo único e nos representa como mulher — disse a instrumentista, que logo emendou a ópera “Medea”.

Inaugurado nesta edição, o Auditório da Matriz mostrou o clima intimista anunciado pela curadora do evento, Joselia Aguiar, com o público bastante próximo do palco. Do lado de fora, mesmo na chuva, o Auditório da Praça também lotou.

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